Em sua primeira Audiência Geral realizada na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV fez um apelo expressivo sobre a situação alarmante na Faixa de Gaza, onde os conflitos incessantes têm provocado devastação e sofrimento imenso. O Pontífice enfatizou a urgência de permitir a entrada de ajuda humanitária digna e convocou os fiéis a rezarem o terço pela paz, convidando-os a “desarmar seus corações”. Um mês após a morte de Papa Francisco, ele também pediu que todos aqueles presentes recordassem seu antecessor com gratidão.
A urgência da situação em Gaza
Na sua declaração, o Papa destacou que a situação em Gaza é “cada vez mais preocupante e dolorosa”. Ele pediu que as hostilidades cessem imediatamente, lembrando que as crianças, os idosos e os doentes são os mais afetados por essa crise. “O preço desolador está sendo pago por crianças, idosos e doentes”, enfatizou o Pontífice, trazendo à tona a realidade desesperadora que muitos enfrentam diariamente na região.
Durante o último Regina Caeli, no domingo anterior à Audiência, Leão XIV já havia mencionado a fome que aflige a população da Faixa de Gaza, chamando a atenção para a necessidade urgente de ações concretas que possam levar à paz de forma “desarmante e desarmada”. “Em um mundo dividido e ferido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear a esperança e a construir a paz!”, exclamou.
Desafios na entrega de ajuda humanitária
O Papa em suas declarações se pronunciou em um momento crítico, pois, mesmo com a autorização de Israel para a entrada de caminhões com ajuda humanitária, muitos permanecem retidos na fronteira. De acordo com fontes locais, uma quantidade significativa de suprimentos de organizações como Unicef e da ONU ainda não chegou aos pontos de distribuição, levantando preocupação sobre a eficácia e o timing dessa ajuda, em meio a uma crise humanitária cada vez mais intensa.
“Há 14 mil crianças que morrerão nas próximas 48 horas se não conseguirmos chegar até elas”, afirmou Tom Fletcher, chefe de ajuda humanitária da ONU, refletindo a urgência da situação. Em contrapartida, um ataque aéreo israelense resultou na morte de pelo menos 42 pessoas na Faixa de Gaza, evidenciando a contínua escalada da violência na região, que já se tornou tão familiar ao noticiário internacional.
O convite à oração
Conforme o mês de maio avança, o Papa reforçou o convite feito há anos pela Virgem de Fátima, exortando todos a rezar o terço diariamente pela paz. “Junto com Maria, peçamos que os homens não se fechem a este dom de Deus e desarmem seus corações”, disse o Papa, orientando os fiéis a utilizarem a oração como uma forma de resistência e esperança em tempos difíceis.
Recordando Papa Francisco
A Audiência Geral também foi marcada por homenagens a Papa Francisco, que faleceu em abril. “Não podemos terminar este nosso encontro sem recordar com muita gratidão do nosso amado Papa Francisco, que exatamente há um mês voltou à casa do Pai”, declarou Leão XIV, recebendo aplausos calorosos dos aproximadamente 40 mil fiéis presentes. Essa menção não só homenageou o legado de Francisco, mas também reafirmou a continuidade de sua mensagem de paz e compaixão.
À medida que o mundo enfrenta crises cada vez mais complexas e dolorosas, o pedido do Papa Leão XIV por paz em Gaza e por ações humanas que protejam os vulneráveis ressoam como um chamado universal à consciência coletiva. A combinação de seu apelo à paz e ao auxílio humanitário reflete um desejo profundo de mudança e esperança em um cenário global marcado por divisões e conflitos.
O clamor de Leão XIV não é apenas uma demanda por ajuda imediata, mas um convite à humanidade para se unir em torno de causas maiores que nos afligem a todos.
