Nos últimos tempos, a presença da inteligência artificial (IA) no mundo digital tem gerado não apenas inovações, mas também novas ameaças cibernéticas. Recentemente, um caso chocante ocorrido na Ásia expôs como criminosos estão utilizando deepfakes — vídeos que imitam a aparência e a voz de pessoas reais — para realizar fraudes elaboradas. Em uma videoconferência, vítimas foram levadas a acreditar que estavam se comunicando com executivos de alto escalão, resultando em transferências bancárias fraudulentas. O problema? Nenhum dos participantes era real.
Deepfakes e outros métodos de fraude
Além das deepfakes, os golpistas estão desenvolvendo métodos que fogem da detecção, utilizando técnicas sofisticadas. Regis Paravisi, CEO da Acronis no Brasil, alerta sobre ataques que escondem códigos maliciosos em arquivos aparentemente inofensivos, como imagens de cachorrinhos ou gatinhos. Ao abrir esses arquivos, as vítimas são expostas a sequestros de dados e outras ameaças.
Um outro golpe envolve links maliciosos que se disfarçam de URLs legítimas, utilizando caracteres do alfabeto cirílico para enganar os usuários. Isso significa que um link que parece ser de um banco pode, na verdade, direcioná-lo para uma página fraudulenta onde invasores podem obter informações pessoais e bancárias.
Um crescimento alarmante nos ataques cibernéticos
O novo Relatório de Ameaças Cibernéticas, lançado pela Acronis, revela dados preocupantes sobre o cenário atual das fraudes digitais. De acordo com o documento, o Brasil é um dos maiores alvos de ataques cibernéticos globalmente, ocupando a segunda posição em número de URLs maliciosas. Um dado alarmante trazido pelo relatório é que, no segundo semestre de 2024, houve um aumento de 197% em tentativas de ataque via e-mail, com quase metade dos usuários tendo enfrentado pelo menos uma tentativa de phishing.
Os ataques estão se diversificando
Além do uso de deepfakes e fraudes via e-mail, outro fenômeno é o ataque conhecido como “fileless”, que não requer que os usuários cliquem em qualquer arquivo. Ou seja, mesmo em sites que aparentam ser seguros, códigos maliciosos podem estar escondidos. Paravisi destaca que “apenas a atenção do usuário não é suficiente” para identificar essas ameaças, e que a utilização de software de proteção se torna essencial.
Fraude interna: um risco crescente
É importante ressaltar também que as ameaças não vêm apenas de fora. A Acronis revela que ataques internos, cometidos por funcionários ou ex-colaboradores, têm se tornado um desafio significativo. Casos de sabotagem deliberada ou mau uso de equipamentos – como a mineração de criptomoedas – demonstram a necessidade de vigilância constante dentro das organizações.
Recomendações para proteção
Diante de um cenário tão alarmante, Paravisi e sua equipe apresentam algumas recomendações que podem ajudar os usuários a se protegerem:
- Implementar autenticação multifator (MFA) para reforçar a segurança das contas;
- Realizar atualizações frequentes de sistemas e aplicativos;
- Promover treinamentos contra phishing para todos os funcionários;
- Utilizar soluções integradas, como a Acronis Cyber Protect, para detecção e recuperação rápidas.
A evolução das ameaças cibernéticas evidencia a importância de manter boas práticas de segurança e se manter sempre informado. Com o uso da IA, as técnicas de ataque estão se tornando mais sofisticadas, e a proteção contra esses golpes exige não apenas tecnologia, mas também uma mudança na mentalidade de todos os usuários sobre segurança digital.
Conclusão
Novos golpes cibernéticos estão emergindo a cada dia, impulsionados pela inteligência artificial e técnicas de engenharia social. As recomendações apresentadas são um passo fundamental na proteção contra esses riscos, mas a conscientização contínua e a adesão a boas práticas de segurança digital são indispensáveis para todos os usuários.