Brasil, 21 de maio de 2025
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Marco Rubio sugere uso da energia de Itaipu para tecnologias de IA

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, propõe utilizar a energia excedente de Itaipu para impulsionar a inteligência artificial.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, fez uma proposta ousada durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano: utilizar a energia excedente da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai, para o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA). Esta sugestão ocorre em um contexto onde a energia representa um dos principais obstáculos para o avanço contínuo da IA no mundo.

Acordo entre Brasil e Paraguai

Até 2023, Brasil e Paraguai mantinham um acordo vital em que a energia excedente da hidrelétrica de Itaipu, correspondente à cota paraguaia, era vendida ao mercado brasileiro. Este contrato, que esteve em vigor por 50 anos, expirou recentemente, e as duas nações estão atualmente em negociações para determinar o futuro desse excedente energético.

“Se alguém for esperto, vai ao Paraguai e instala uma fábrica de IA lá”, comentou Rubio, destacando a necessidade de as nações que possuem uma oferta energética eficiente aproveitarem essa vantagem estratégica. Ele enfatizou que a crescente demanda por energia no mundo oferece oportunidades para países que dispõem de recursos energéticos em abundância, como é o caso do Paraguai.

Pressões e Oportunidades Energéticas

Em sua fala, Rubio explicou que o planeta enfrenta um déficit de produção energética em relação à demanda crescente. “Isso cria oportunidades estratégicas para países que podem fornecer energia suficiente e de maneira eficiente. Contudo, ao mesmo tempo, pressionará aqueles que precisam de recursos energéticos”, afirmou ele. O papel dos Estados Unidos, segundo o secretário, deve ser, portanto, de investimento e parceria com esses países que têm capacidade de suprir a demanda energética.

O exemplo paraguaio foi utilizado por Rubio como ilustração do potencial energético não apenas para uso interno, mas também para o desenvolvimento industrial e tecnológico. “O Paraguai possui um contrato de longo prazo com o Brasil pelo qual vende 50% da energia que produz. Com o término do acordo, agora estão discutindo o que fazer com a energia que não irá mais para o Brasil”, mencionou.

O futuro energético do Paraguai

A hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo, gera energia suficiente para dividir igualmente entre Brasil e Paraguai, mas o Paraguai tem utilizado menos energia do que efetivamente tem direito, vendendo o excedente para o Brasil. Agora, com a expiração do acordo anterior, um novo entendimento foi firmado entre o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, e o presidente paraguaio, Santiago Peña. Esse novo acordo, que vigora a partir de 2024, não apenas prevê ajustes nas tarifas, como também permite que, a partir de 2027, o Paraguai venda sua cota diretamente à indústria brasileira no mercado livre.

Até então, a venda da energia paraguaia estava restrita ao mercado regulado, onde a energia era destinada a distribuidoras. Com as novas diretrizes, o Paraguai começará a explorar a venda de sua energia em plataformas mais competitivas.

Desafios nas negociações energéticas

No entanto, o acordo também envolve discussões sobre o chamado Anexo C, que estabelece as bases financeiras da operação da usina de Itaipu. Essas conversas, no entanto, foram suspensas após relatos de possíveis casos de espionagem envolvendo o governo paraguaio por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Essa situação complicou ainda mais um cenário já tenso entre os dois países, que dependerão de um entendimento mais claro para avançar nas relações comerciais e energéticas.

O debate proposto por Marco Rubio ilustra uma realidade crescente: a energia como um pilar fundamental para o avanço de tecnologias emergentes. Com as conversações em curso, fica evidenciado o papel vital que países como Brasil e Paraguai desempenham em um futuro tecnológico que dependerá essencialmente de soluções energéticas inovadoras e colaborativas.

É um momento decisivo para que ambos os países definam não apenas sua política energética, mas também como isso pode impactar suas economias e a corrida por inovação em tecnologia de IA nos próximos anos.

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