No primeiro trimestre de 2025, os fundos hedge reduziram seus investimentos nas chamadas Sete Magníficas — um grupo que inclui empresas como Alphabet (dona da Google), Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — e, ao mesmo tempo, aumentaram suas posições em empresas chinesas listadas nos Estados Unidos. Essa mudança de estratégia, apontada por analistas do Goldman Sachs, reflete um novo cenário no mercado de ações que merece ser analisado.
Aumentos nas ações chinesas diante de tensões comerciais
Os relatórios do Goldman Sachs, assinados por estrategistas como Ben Snider, revelam que os fundos hedge ampliaram seus aportes em recibos de ações (ADRs) de empresas chinesas, mesmo diante de um cenário de tensões comerciais crescentes entre os países. Os ADRs que estão ganhando destaque incluem gigantes como Alibaba, Pinduoduo e Baidu.
Essa mudança destaca um apelo crescente por ações de tecnologia chinesas, que estão se tornando mais atraentes para investidores estrangeiros, em grande parte devido ao potencial do país no desenvolvimento de novas tecnologias. A percepção do mercado sobre as startups de inteligência artificial, como a DeepSeek, também contribuiu para a valorização das empresas chinesas, abalando a estabilidade das Sete Magníficas.
A desvalorização das Sete Magníficas
Apesar da aparente tendência de venda, as ações das Sete Magníficas tiveram uma recuperação significativa, subindo mais de 10% durante o segundo trimestre de 2025. Os analistas do Goldman Sachs mencionam que, mesmo com a realocação dos investimentos, as ações dessas empresas permanecem entre as posições compra preferidas dos fundos hedge, indicando que o apetite por essas ações ainda persiste.
A gestão dos fundos hedge em foco
Os fundos hedge que estão se afastando das ações das Sete Magníficas e apostando em ADRs chineses podem estar imprudentemente subestimando a resiliência das grandes empresas de tecnologia americana. Conforme os estrategistas do Goldman Sachs, a realocação não foi efetivamente planejada, considerando o recente desempenho das ações americanas. A perspectiva das ações de tecnologia dos EUA continua atraente, especialmente quando comparada às suas contrapartes chinesas, que muitas vezes apresentam valuations mais baixas, o que poderia tornar aos investidores uma armadilha se não forem cautelosos.
Para fundamentar suas análises, os especialistas revisaram as participações de 684 fundos hedge, totalizando impressionantes US$ 3,1 trilhões em ações. O volume de posições vendidas a descoberto também atingiu um nível recorde, uma prática onde os investidores alugam ações de empresas acreditando que seus valores vão cair, vendendo-as no mercado e planejando recompra-las posteriormente.
O cenário das vendas a descoberto
Os analistas reportaram que o volume de vendas a descoberto na mediana das ações do S&P 500 atingiu aproximadamente 2,3% dos papéis em circulação, um aumento em relação aos 1,8% registrados em dezembro. Esta é a primeira vez desde 2021 que a posição vendida superou a média histórica, sinalizando uma maior alavancagem dos fundos hedge.
A situação atual traz à tona a complexidade do mercado de investimentos em um contexto de crescente competitividade entre empresas americanas e chinesas, aliada às condições econômicas globais flutuantes. Analistas e investidores devem considerar com cautela como essas movimentações impactarão o futuro das duas economias e o mercado de tecnologia como um todo.
Conclusão: o que esperar do futuro?
À medida que os fundos hedge reavaliam suas estratégias diante da nova realidade do cenário econômico global, será vital acompanhar a performance das ações nas próximas semanas. O foco deve ser não apenas nas tendências atuais, mas também nas perspectivas a longo prazo para ações chinesas e americanas. Neste novo contexto, a vigilância em relação à realocação de investimentos se tornará crucial no processo de decisão para os investidores.”