Os alunos das escolas municipais de Praia Grande, no litoral de São Paulo, estão voando alto com seus foguetes, que podem ultrapassar os 200 metros de distância. Essa atividade faz parte da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBAFOG), um projeto que premia os estudantes que alcançam as maiores distâncias em todo o país. O entusiasmo e a dedicação dos jovens refletem a importância da ciência e da prática educacional nas escolas.
O desafio e a construção dos foguetes
A Olimpíada Brasileira de Foguetes tem estimulado estudantes do 6º ao 9º ano desde 2008. Segundo Israel Batista de Oliveira, coordenador de Ensino Fundamental e Médio das escolas municipais de Praia Grande, a construção dos foguetes é um processo que envolve muito aprendizado. Os alunos utilizam garrafas PET, bexigas vazias e água em seus protótipos, que são lançados de uma base feita de canos de PVC e uma bomba de ar, similar àquelas utilizadas para encher pneus de bicicleta.
O aspecto competitivo da atividade não é apenas emocionante, mas também educativo. “Os estudantes estudam fatores como o ar, a terra, a pressão e os ângulos de lançamento. Quanto maior o ângulo, mais longe o foguete vai. Assim, a atividade une teoria e prática”, detalha Israel.
A importância da experiência prática na educação
A experiência prática de construir e lançar foguetes tem um impacto positivo sobre os alunos. “Os alunos adoram essa atividade. Eles se sentem prestigiados e valorizados, mesmo aqueles que têm dificuldade em expressar suas ideias em um papel. O ambiente prático permite que eles desenvolvam suas habilidades e mostrem todo seu potencial”, explica Israel.
A disciplina de Ciências é fundamental nesse processo. Durante o primeiro semestre, os professores abordam o conteúdo de astronomia, preparando os alunos para o desafio prático que culmina na construção e lançamento dos foguetes em maio. “A expectativa aumenta a cada ano, pois nem todos os alunos se envolvem desde o começo. Mas, gradativamente, o acatamento ao projeto cresce, assim como a busca pelo reconhecimento e medalhas”, acrescentou o coordenador.
Resultados e expectativas para a OBAFOG
As distâncias que os foguetes alcançam são registradas e devem ser enviadas à OBAFOG até o dia 31 de maio. O nervosismo e a emoção são palpáveis entre os alunos enquanto aguardam os resultados. O clima de expectativa é palpável, e muitos já sonham em conquistar uma medalha, que seria um símbolo de reconhecimento por todo o esforço e dedicação.
O sentimento de comunidade e cooperação é visível entre os alunos, que se ajudam e incentivam nos desafios. Cada lançamento é uma nova oportunidade de aprender com os erros e os acertos, reforçando a importância do trabalho em equipe e da perseverança.
O futuro da ciência nas escolas
Atividades como a OBAFOG não apenas despertam o interesse dos alunos pela ciência, mas também os ajudam a desenvolver habilidades essenciais para o futuro. O envolvimento com a construção de foguetes e a compreensão dos princípios científicos por trás do lançamento são passos importantes na formação de cidadãos críticos e criativos.
Além disso, a participação em competições desse tipo pode abrir portas para carreiras na área de ciências exatas e engenharia. Não é de se admirar que muitos alunos, após vivenciarem essa experiência, considerem seguir áreas ligadas à ciência e tecnologia, alimentando o futuro da inovação e da pesquisa no Brasil.
A OBAFOG é mais do que uma competição; é uma verdadeira celebração do conhecimento e da criatividade, que hoje mostra a estudantes de Praia Grande que, assim como seus foguetes, eles podem alcançar grandes alturas em sua educação e suas vidas.
