Brasil, 21 de maio de 2025
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Depoimento do ex-comandante da Aeronáutica impacta investigação sobre golpe

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Junior, é ouvido pelo STF sobre reuniões golpistas envolvendo Jair Bolsonaro após as eleições de 2022.

Na próxima quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará continuidade às investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido após as eleições de 2022, ouvindo o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior. O depoimento será realizado a partir das 11h30 e é considerado crucial para o desfecho da ação penal em curso.

A importância do depoimento de Baptista Junior

Baptista Junior é uma testemunha-chave na ação penal que investiga a tentativa de golpe, sendo indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante uma audiência anterior na Polícia Federal, o ex-chefe da Aeronáutica revelou a participação em reuniões onde foram discutidos temas sensíveis relacionados à “minuta do golpe”. Para muitos analistas, seu testemunho pode ser determinante para estabelecer a ligação entre os comandos militares e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que liderou a nação até 2023.

Reuniões secretas e o contexto da trama golpista

Durante seus depoimentos à Polícia Federal, Baptista Junior afirmou ter presenciado reuniões com teor golpista após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Ele relatou que, caso não houvesse a recusa do comando do Exército para a execução do plano, o golpe possivelmente teria se concretizado. Em um dos trechos mais relevantes do depoimento, Baptista Junior enfatizou que o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para a não consumação do golpe.

“Se o comandante tivesse anuído, possivelmente a tentativa de golpe de Estado teria se consumado”, contou Baptista Junior, destacando o papel crucial que a liderança das Forças Armadas desempenhou no contexto político conturbado daquela época.

Os impactos das declarações sobre Jair Bolsonaro

As revelações sobre as reuniões realizadas no Palácio da Alvorada ressaltam a tensão entre Bolsonaro e os comandantes militares. O ex-comandante da Aeronáutica afirmou que alertou Bolsonaro sobre as consequências de continuar com a tentativa de golpe, afirmando que, se necessário, teria que prender o ex-presidente. Esta afirmação gera debates acalorados sobre a relação entre as Forças Armadas e o respeito ao Estado democrático de Direito no Brasil.

Ainda segundo Baptista Junior, em uma das reuniões, Bolsonaro mencionou a possibilidade de ações previstas na Constituição, como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio. O ex-comandante do Exército respondeu de forma contundente, afirmando que tal ato resultaria em sua prisão.

Freire Gomes e a tentativa de atenuar os fatos

O depoimento de Freire Gomes, que ocorreu dois dias antes do de Baptista Junior, também teve um papel relevante nesse contexto. Embora tentasse minimizar a gravidade da situação, dizendo que as discussões eram apenas reflexões sobre instrumentos legais previstos na Constituição, sua narrativa foi questionada pelo ministro Alexandre de Moraes. Moraes ressaltou que as falas de Freire Gomes divergiam das informações que ele havia fornecido anteriormente à Polícia Federal.

Esse contraste entre os depoimentos levanta ainda mais questões sobre a verdade dos fatos e a possível articulação entre as forças de segurança em um momento crítico da história brasileira. O desenrolar dos dois depoimentos será fundamental para que o STF tome decisões relevantes sobre investigações futuras e possíveis consequências legais para aqueles envolvidos.

Expectativas para o novo depoimento

O depoimento de Carlos Baptista Junior, agendado para hoje, representa a continuidade de um processo intenso que busca esclarecer as ações de seus colegas e a responsabilidade do antigo presidente. A atenção do público e da mídia se volta para o STF, onde as consequências políticas e sociais de uma aparente tentativa de golpe ainda reverberam por todo o país.

À medida que o Brasil enfrenta esse capítulo tumultuado de sua democracia, o povo aguarda ansiosamente por um desfecho que possa restaurar a confiança nas instituições democráticas e garantir a integridade do sistema político.

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