O Brasil está em expectativa nesta quinta-feira (21/5) com o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, que ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF) às 11h30. O militar foi convocado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como testemunha de acusação em uma ação penal que investiga uma suposta trama golpista, parte do chamado núcleo 1, onde está inserido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alteração de data e características do depoimento
Inicialmente agendado para esta segunda-feira (19/5) juntamente com outros quatro convocados pela PGR, Baptista Júnior solicitou a alteração da data. O pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e a oitiva foi remarcada para esta quarta-feira, a qual ocorrerá por videoconferência. Assim como os outros depoimentos, o do ex-comandante também poderá lançar luz sobre as alegações de um golpe contra o governo eleito.
Embate entre Bolsonaro e Freire Gomes
Um dos pontos centrais da investigação é uma reunião realizada no Palácio da Alvorada entre Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Oliveira, onde foi apresentado o que ficou conhecido como “minuta do golpe”. Baptista Júnior relatou à Polícia Federal (PF) que Freire Gomes teria dado voz de prisão a Bolsonaro durante a conversa. Entretanto, em seu depoimento à Primeira Turma do STF, Freire Gomes negou essa versão, afirmando que apenas alertou o ex-presidente de que o Exército não participaria de ações fora dos limites da Constituição.
Teor da reunião e posicionamento contra a trama
A oitiva de Baptista Júnior representa uma oportunidade crucial para esclarecer as informações sobre a reunião onde a “minuta do golpe” foi apresentada. Durante essa reunião, o ex-comandante da Aeronáutica fez uma pergunta direta ao ministro da Defesa sobre se havia ordens para não permitir a posse do novo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ausência de respostas adequadas levou Baptista Júnior a se recusar a receber a minuta, reafirmando que a Força Aérea do Brasil (FAB) não aceitaria a possibilidade de um golpe de Estado.
A resistência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica em assinar a minuta representou um ponto de frustração para o grupo de Bolsonaro, que tentou reverter os resultados das eleições utilizando desinformação a respeito das urnas eletrônicas. Essa estratégia culminou em atos de desobediência civil, como os ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Vigilância pública e repercussões jurídicas
A atenção do público voltada para o depoimento de hoje capta a ansiedade coletiva sobre o futuro político do Brasil e os desdobramentos da possível trama golpista. Com a participação de figuras influentes das Forças Armadas e a presença do STF, a nação observa atentamente o curso desse processo judicial. A PGR continua a investigar os fatos, e o depoimento de Baptista Júnior pode trazer esclarecimentos importantes sobre a dinâmica de poder e as tentativas de deslegitimar a democracia.
Com o país à espera do que poderá ser revelado nesta sessão, o depoimento de Baptista Júnior representa não apenas um marco jurídico, mas também um importante teste de resistência da vontade popular e das instituições democráticas. Ela coroa uma sequência de investigações que têm, até agora, Mitchado uma série de desdobramentos políticos e sociais.