A crise do Boca Juniors na Argentina se intensifica em meio a uma série de resultados decepcionantes e à falta de liderança técnica adequada. Após a eliminação nas quartas de final do torneio Apertura, a insatisfação dos torcedores é palpável, encarnando uma tumultuada fase que pode determinar o futuro do clube.
Cenário atual para o Boca Juniors
A combinação de uma gestão em declínio e a ausência de um diretor técnico capaz resulta numa situação alarmante para o Xeneize. Com a demissão de Fernando Gago, após a amarga derrota no Superclássico contra o River Plate, a responsabilidade recaiu temporariamente sobre Mariano Herrón, que até agora não conseguiu trazer a equipe de volta às vitórias. Durante os três jogos sob seu comando, o Boca não conseguiu vencer, acumulando um empate e uma derrota que culminou na eliminação recente.
Após a derrota de 1 a 0 para o Independiente, Herrera expressou sua frustração, dizendo: “Não sei se devo chamar isso de fracasso, mas não alcancei as metas que havia estabelecido para mim.” Essa fala ressoa com o sentimento de muitos que vêem o time em uma espiral descendente e sem soluções à vista.
A pressão sobre Juan Román Riquelme
O ídolo e presidente Juan Román Riquelme, que se tornou uma figura polarizadora desde a sua ascensão ao poder, é amplamente criticado pela torcida e pela imprensa. A ausência de um técnico definitivo é uma das principais queixas. Riquelme, que prometeu uma gestão vitoriosa, agora enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de recuperar o time, que não ganha título desde 2023 e acumula uma seca de dois anos sem conquistas.
A situação do Boca Juniors não é apenas uma questão de resultados em campo, mas também reflete uma inconsistência na liderança. Desde a eleição de Riquelme, que obteve 65% dos votos em 2023, o clube testemunhou a passagem por seis diferentes técnicos, um reflexo da instabilidade que permeia a administração. Com a iminente participação no Mundial de Clubes, que ocorre em junho, a necessidade de um treinador experiente torna-se crítica.
A insatisfação da torcida e as possíveis mudanças
O clima na Bombonera, famoso por sua atmosfera vibrante, agora é de descontentamento. Torcedores expressam sua frustração, gritando palavras de ordem como “A diretoria vai para o inferno!”, um reflexo claro do desapontamento com a gestão atual. Aqueles que esperavam uma reviravolta nas últimas competições se viram desiludidos, especialmente após a eliminação na Copa Libertadores para o Alianza Lima e a incapacidade de avançar na Copa Sul-Americana.
O ex-jogador Cristian Traverso manifestou a desconfiança em relação à atual diretoria, afirmando: “Todos, exceto o presidente, sabíamos que isso ia acontecer.” O sentimento de falta de direção e estratégia clara permeia as discussões em torno do futuro do clube, enquanto os torcedores se perguntam se a administração de Riquelme conseguirá mudar essa narrativa.
As desventuras no campo e o futuro incerto
As quedas recentes do Boca Juniors nas partidas contra seus rivais clássicos, onde não conseguiram vencer nas últimas seis confrontos contra equipes como Racing e River, amplificam ainda mais as preocupações. Com um desempenho em declínio nos torneios internacionais e a falta de presença na Libertadores, fica evidente que o Boca precisa urgentemente de uma virada se quiser competir novamente em nível elevado.
A próxima fase da temporada será crucial. O time terá que demonstrar que pode superar essa crise e se preparar para o Mundial de Clubes, onde a pressão será ainda maior. A busca por um técnico experiente está em andamento, e a torcida aguarda um movimento decisivo para reerguer um dos clubes mais tradicionais do mundo. Se Riquelme conseguir restabelecer a confiança e propiciar mudanças significativas, talvez ainda haja esperança para o Boca Juniors em uma temporada que começou com tantas promessas, mas que, até agora, entregou frustrações e desilusões.
