Brasil, 21 de maio de 2025
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China promete retaliação em resposta às restrições dos EUA sobre chips

A relação entre a China e os Estados Unidos continua a se deteriorar, especialmente no que diz respeito ao acesso a tecnologias críticas. Recentemente, a China declarou que tomará “medidas firmes” em resposta às novas diretrizes dos EUA que recomendam a limitação do uso de chips americanos em modelos de inteligência artificial desenvolvidos no país asiático. Essas restrições são vistas como uma tentativa dos EUA de preservar sua liderança tecnológica e evitar que tecnologias sensíveis sejam utilizadas por adversários.

Semicondutores: um ponto de tensionamento

A questão dos semicondutores se tornou um dos principais pontos de atrito entre essas duas potências. Nos últimos anos, os Estados Unidos impuseram restrições rigorosas às exportações de semiconductores, preocupados com o uso potencial desses chips para fins militares e na construção de sistemas de IA que poderiam desafiar a supremacia americana.

O governo chinês, por sua vez, acusa os EUA de prejudicar as negociações comerciais e de adotar uma postura unilateralista, misturando intimidação e protecionismo no comércio internacional. O Ministério do Comércio da China criticou as recommandações como uma forma de pressionar o setor tecnológico local, que vinha se consolidando como um forte competidor global.

Respostas e críticas ao novo protocolo dos EUA

Em resposta a várias solicitações de países aliados, a administração de Donald Trump decidiu revogar algumas destas restrições e substituí-las por recomendações, que alertam a opinião pública sobre as implicações do uso de chips norte-americanos em modelos de IA chineses. Essas diretrizes recentes também se aplicam aos semicondutores fabricados na China, dando atenção especial aos chips Ascend, desenvolvidos pela Huawei.

O Departamento de Comércio dos EUA defende que essa política de restrição visa compartilhar a tecnologia de IA americana apenas com “países confiáveis”, evitando que caia nas mãos de adversários. Contudo, as novas recomendações não são vinculativas, ao contrário das regras anteriores que impunham limites ao comércio de semicondutores com alguns países aliados, como México e Portugal.

Pressões sobre a Casa Branca

A pressão para suspender as restrições não vem apenas de países estrangeiros, mas também de fabricantes americanos de chips, como Nvidia e AMD. Recentemente, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, declarou que as restrições impostas anteriormente foram um “fracasso”, pois acabaram por incentivar as empresas chinesas a desenvolverem suas próprias tecnologias.

Durante um evento tecnológico em Taipé, Huang destacou que as empresas chinesas são “muito talentosas e determinadas”, alegando que os controles de exportação acabaram fornecendo o suporte governamental necessário para acelerar o desenvolvimento tecnológico local. Ele ressaltou ainda que a China abriga cerca de 50% dos pesquisadores de IA do mundo, um aspecto fundamental a ser considerado no contexto atual.

A crescente resistência chinesa e a inovação gerada sob tais restrições provocam um ciclo de competição tecnológica intensa entre as duas economias, criando um cenário desafiador. O futuro do desenvolvimento tecnológico e das relações comerciais entre China e Estados Unidos promete trazer mais tensões e desafios à medida que cada país busca defender seus interesses e maximizar suas vantagens competitivas.

À medida que as medidas retaliatórias se aproximam, o mundo observa com expectativa a evolução deste relacionamento tumultuado, especialmente em um momento em que a tecnologia desempenha um papel central na economia global.

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