A situação em Gaza se agrava a cada dia devido ao bloqueio do exército israelense que impede a entrada de ajuda humanitária. O pároco da Sagrada Família, Pe. Gabriel Romanelli, expressou a profunda preocupação com a falta de assistência que a comunidade recebe há três meses. Apesar das adversidades, os cristãos em Gaza continuam a resistir e a se manter unidos através da oração.
A vida sob o bloqueio: desafios diários
Em um recente telefonema com a mídia vaticana, Pe. Gabriel Romanelli compartilhou as dificuldades enfrentadas pela pequena comunidade cristã. “Mais do que a falta de comida, água potável e medicamentos, preocupa-me que a esperança não se perca em meio a essa guerra insuportável”, disse ele. O padre enfatizou que a maioria dos habitantes de Gaza são civis que não estão envolvidos no conflito armado, e que sua comunidade representa um sinal de resistência e fé na região.
A paróquia, que abriga cerca de 500 refugiados, incluindo cerca de 50 crianças sob os cuidados das irmãs de Madre Teresa, está lidando com uma crise de suprimentos. “Graças a apoios esporádicos, conseguimos ajudar não só nossa comunidade, mas dezenas de milhares de famílias que buscam abrigo conosco. Contudo, não recebemos qualquer ajuda externa nos últimos três meses, e nossos estoques estão se esgotando”, afirmou Pe. Gabriel.
O impacto da guerra nas famílias
A situação é ainda mais crítica para as crianças e idosos da comunidade. O preço dos alimentos disparou, tornando as compras quase impossíveis. “Uma cebola custa em média 10 euros, e o quilo de tomates ultrapassa 15 euros. A escassez de medicamentos tem gerado um estado desesperador, especialmente para os doentes crônicos, que agora estão sem tratamento”, lamentou o pároco.
Sentimento de desesperança
A situação de insegurança tem se tornado uma constante na vida dos habitantes de Gaza. “Explosões são ouvidas frequentemente, mas para muitas crianças, o som virou uma espécie de rotina. Eles continuam a brincar mesmo com o medo ao redor”, disse Pe. Gabriel. Ele relatou que, durante suas orações na igreja, a fé se torna um refúgio contra o horror da realidade.
A voz do Papa e a esperança renovada
Após meses de apoio do Papa Francisco, a esperança na comunidade foi reacendida com a ascensão do Papa Leão XIV. “As ligações diárias do Papa Francisco se tornaram um símbolo de apoio. Com o novo papa, sentimos um renovado encorajamento para resistir”, afirmou o pároco, que mencionou o impacto positivo das palavras de paz proferidas por Leão XIV durante seu primeiro discurso.
Pe. Gabriel expressou seu desejo de transmitir uma mensagem ao novo pontífice: “Estamos gratos pelas suas palavras de paz e continuamos a rezar por você. A proximidade do Papa Francisco representou a ligação com toda a Igreja, e continuamos a sentir essa presença com o Papa Leão”.
Embora as dificuldades sejam imensas, a fé e o espírito de solidariedade da comunidade cristã em Gaza permanecem inabaláveis. A paróquia da Sagrada Família serve como um farol de esperança, mesmo em meio à escuridão da guerra.
O apelo por ajuda e reconhecimento da comunidade cristã na Faixa de Gaza é mais urgente do que nunca. Em tempos de crise, é vital que a humanidade se una para revisar o sofrimento daqueles que são afetados pela guerra.