Nas vésperas das eleições parlamentares em Portugal, o partido de ultradireita Chega busca se afirmar politicamente com uma estratégia focada na imigração e no fortalecimento de sua base. O partido espera contar especialmente com os votos dos portugueses residentes no Brasil para consolidar seu segundo lugar nas eleições, já que a Aliança Democrática, de centro-direita, conquistou o primeiro lugar.
A expectativa de um desempenho fortalecido em 2024
Na corrida eleitoral, o Chega e o Partido Socialista (PS) têm 58 deputados no Parlamento português. Porém, a estratégia do Chega parece se concentrar em repetir o bom desempenho de 2024, ano em que obtiveram uma significativa quantidade de votos no exterior, especialmente entre os brasileiros que possuem cidadania portuguesa.
Em 2024, o Chega conquistou dois dos quatro deputados disponíveis para votação no exterior e se destacou no Brasil ao vencer o PS, que obteve menos votos na mesma faixa. Com um total de 13.724 votos, o Chega representa 25% dos votos entre os eleitores no Brasil, enquanto o PS ficou com 8.536 ou 15%. A Aliança Democrática, por sua vez, terminou com 20%, alcançando 11.406 votos.
A importância dos votos do exterior
No total, ao contar os votos de todas as localidades, o Chega liderou com 61 mil votos, representando 18% do total, enquanto a Aliança Democrática e o Partido Socialista garantiram o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Se o desempenho nas urnas se repetir nas próximas eleições, o Chega pode aumentar sua representação no Parlamento português, atingindo 60 deputados, deixando o PS com 59 parlamentares.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Portugal confirmou que a coleta e apuração dos votos do exterior ocorrerá em Lisboa nos dias 27 e 28 de maio. Estima-se que cerca de 277 mil portugueses e brasileiros com dupla cidadania estejam aptos a votar. No entanto, muitos desses eleitores enfrentaram dificuldades, uma vez que reclamaram de terem sido impedidos de votar devido à não entrega das cédulas de papel necessárias para a votação.
A influência bolsonarista na campanha do Chega
Assim como nas eleições de 2024, a reta final da campanha do Chega recebeu considerável apoio de bolsonaristas nas redes sociais, um fator que vem sendo utilizado para galvanizar o apoio popular. O discurso do partido reforçou o lema de que “não queremos virar o Brasil”, buscando alinhar-se de forma mais firme à influência de ideais conservadores e antiliberais.
O panorama político em Portugal
As recentes movimentações políticas em Portugal refletem um aumento no apelo por parte do Chega. Estimulada por discursos anti-imigração e uma crítica incisiva ao governo, a ultradireita busca conquistar a confiança do eleitorado insatisfeito com as condições atuais. A ascensão de partidos como o Chega sugere um potencial deslocamento do equilíbrio político no país, com a ascensão do populismo de direita se tornando uma realidade.”
Enquanto o jogo político se desenrola, os próximos dias serão cruciais para determinar se o Chega conseguirá não apenas manter sua posição, mas também crescer no cenário político português. Com atenção voltada para os resultados do Brasil, o partido aguarda uma onda de apoio que pode definir sua trajetória no Parlamento.
A participação dos eleitores brasileiros se mostra fundamental para esse novo capítulo da política em Portugal, e as expectativas estão altas. O futuro do Chega pode depender do sucesso em consolidar esse apoio, especialmente entre os cidadãos que se sentem cada vez mais envolvidos nas questões políticas de suas terras natais.