Brasil, 20 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF julga denúncia contra Núcleo 3 da trama golpista envolvida com Bolsonaro

A Primeira Turma do STF inicia julgamentos sobre o Núcleo 3, acusado de tentar garantir a permanência de Bolsonaro no poder.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar nesta terça-feira (20/5) a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado Núcleo 3 da trama golpista. Este grupo, que inclui 12 indivíduos, entre eles militares da ativa e da reserva, é suspeito de tentar garantir a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

Os membros desse núcleo foram identificados em investigações que culminaram na Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado. Essa operação apurou um suposto plano que visava monitorar e até assassinar autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Documentos dessa operação revelaram o plano, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

Acusações e Crimes Atribuídos

Os investigados pelo núcleo são acusados de diversos crimes, inclusive tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A PGR afirma que todos os denunciados participaram ativamente do planejamento de ações para concretizar o golpe que visava a manutenção de Bolsonaro no poder.

O julgamento da denúncia iniciou-se às 9h30 com a apresentação do caso pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e está previsto para continuar na sessão da tarde, às 14h. Dependendo da necessidade, a análise poderá ser retomada na quarta-feira (21/5).

Quem faz parte do Núcleo 3 e suas ligações

Integrantes do grupo golpista

  • Bernardo Romão Correa Netto – coronel do Exército;
  • Cleverson Ney Magalhães – coronel da reserva do Exército;
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira – general da reserva do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos – coronel do Exército;
  • Hélio Ferreira Lima – tenente-coronel do Exército;
  • Márcio Nunes de Resende Júnior – coronel do Exército;
  • Nilton Diniz Rodrigues – general do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira – tenente-coronel do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo – tenente-coronel do Exército;
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior – tenente-coronel do Exército;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – tenente-coronel do Exército;
  • Wladimir Matos Soares – agente da Polícia Federal (PF).

A análise da denúncia se concentrará na válidade legal, ou seja, se a acusação consegue apresentar provas claras e consistentes que indiquem a culpabilidade dos envolvidos. Se a denúncia for aceita, esses 12 indivíduos serão formalmente declarados réus e poderão responder pelo processo judicial na Suprema Corte.

Áudios revelam ameaças e intenção de ação direta

Conforme revelado pelo Metrópoles, o agente federal Wladimir Matos Soares foi flagrado em áudios mencionando um grupo armado preparado para actuar contra os ministros do STF. Em uma das gravações, ele chega a afirmar que algo poderia acontecer caso determinadas ordens fossem dadas. “O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal”, declarou em tom impiedoso.

Esses áudios foram apresentados como provas de que o agente da polícia participou ativamente de uma “equipe de operações especiais” que esperava apenas a autorização do então presidente para agir. “Esperávamos só um ‘ok’ do presidente para a gente agir, mas ele deu para trás porque, na véspera, o presidente foi traído dentro do Exército”, explicou.

Núcleo 1 e as consequências

Além do Núcleo 3, que está em julgamento, a Primeira Turma já considerou outros 21 envolvidos na trama como réus, incluindo integrantes do chamado “Núcleo 1”, que é considerado crucial para o plano golpista. Dentre os réus estão figuras de destaque como Jair Bolsonaro e ex-ministros de seu governo.

O desdobramento deste caso representa uma nova fase na política brasileira, onde as instituições e a justiça se posicionam firmemente contra tentativas de subversão à ordem democrática. Com o julgamento em andamento, o Brasil acompanha de perto os próximos passos e as possíveis reações dos envolvidos e de seus apoiadores.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes