Brasil, 20 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF analisa denúncia contra militares e policial por golpe de Estado

A Primeira Turma do STF começou o julgamento de 12 suspeitos de participação em tentativa de golpe, incluindo plano para sequestrar ministro.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta terça-feira, à análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 12 pessoas suspeitas de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Os acusados, que integram o que foi denominado de “núcleo 3”, são predominantemente militares, com 11 integrantes das Forças Armadas e um policial federal. Segundo as investigações, eles estariam envolvidos em “ações coercitivas”, incluindo um plano para sequestrar o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Contexto da denúncia

O STF já se pronunciou anteriormente, tornando réus outros 21 implicados na suposta organização criminosa, que se desdobra em quatro núcleos. Com o novo julgamento, apenas uma denúncia permanece pendente: a de Paulo Figueiredo Filho, um economista que reside nos Estados Unidos e que também é alvo das investigações.

Principais figuras no processo

Entre os acusados que estão tendo suas denúncias analisadas hoje, destaca-se o general da reserva Estevam Theophilo. Ele ocupou anteriormente o cargo de comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter) e, de acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Theophilo “aceitou coordenar o emprego das forças terrestres conforme as diretrizes do grupo”. Essa colaboração é vista como um dos pilares da tentativa de golpe.

Áudios incriminadores

Outro nome relevante é o do policial federal Wladimir Soares. Na semana passata, foram apresentados ao STF áudios que, segundo a Polícia Federal (PF), revelam intenções de Soares em “prender” o ministro Moraes, alegando que ele estaria “preparado” para um confronto que poderia resultar em grandes perdas de vidas. A defesa de Soares solicitou o adiamento da análise da denúncia, mas o pedido foi negado por Moraes, que ressaltou que os áudios não eram parte da documentação sendo examinada.

Ações perigosas e organização criminosa

A Procuradoria-Geral da República alega que tanto Soares quanto os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo “lideraram ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas”. Esse grupo, segundo a PGR, teria arquitetado o plano denominado “Copa 2022”, que envolvia estratégias de vigilância do ministro do STF.

Pressão sobre o Alto Comando do Exército

Além destes, outros sete militares também estão sendo acusados de “promover ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe”. Entre eles estão Bernardo Romão Correa Netto, Cleverson Ney Magalhães, Fabrício Moreira de Bastos, Márcio Nunes de Resende Júnior, Nilton Diniz Rodrigues, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Ronald Ferreira de Araújo Junior. Esses indivíduos teriam exercido pressão sobre os líderes militares na tentativa de adesão ao plano golpista.

Este caso possui grandes implicações políticas e jurídicas no Brasil, especialmente considerando o contexto de polarização e tensões que marcaram os últimos anos. A continuidade das investigações e julgamentos por parte do STF será crucial para o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à impunidade.

O desenrolar deste julgamento não só apresenta os desdobramentos da tentativa de golpe como também levanta questões sobre a segurança do sistema democrático no Brasil e a necessidade de um exame cuidadoso das ações de seus agentes, especialmente aqueles vinculados ao Estado.

Com a abertura desta nova fase, a sociedade aguarda ansiosamente por esclarecimentos e a definição das responsabilidades dos acusados, em um momento em que credibilidade das instituições é mais do que nunca requisitada.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes