A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) tomou uma atitude inusitada nas redes sociais: ela deixou de seguir a influenciadora digital Virgínia Fonseca. Essa decisão veio poucos dias após a participação da criadora de conteúdo na CPI das Bets, no Senado. A repercussão da audiência e as declarações da senadora levantaram debates sobre a influência da mídia nas questões legislativas e éticas.
A decisão de unfollow e suas motivações
Durante uma transmissão ao vivo realizada na noite de segunda-feira (19), Thronicke explicou as razões por trás de sua escolha. Ela revelou que a motivação para deixar de seguir Virgínia foi um vídeo publicado pela influenciadora, onde ela aparece dançando com o influenciador Carlinhos Maia, também mencionado na CPI como possível convocado para prestar esclarecimentos.
Em suas palavras, a senadora declarou: “Por conta do vídeo que ela postou com Carlinhos Maia, eu deixei de segui-la. Ok? Porque para mim, aquilo foi… Eu estava tentando conquistá-la para ver se eu… Lógico que eu não acreditava exatamente, mas foi um gesto.” A postagem em questão envolveu uma dança ao som de “Tigrinho”, uma música que faz referência a jogos de azar, algo que gerou um forte impacto na opinião pública.
A repercussão da participação de Virgínia na CPI das Bets
No dia 13 de maio, Virgínia Fonseca compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets como testemunha. O objetivo era esclarecer sua relação com as casas de apostas online. Durante sua participação, ela tirou até mesmo uma foto ao lado da senadora, o que gerou críticas sobre sua postura e a possível banalização dos temas discutidos.
A influenciadora, casada com o cantor Zé Felipe, teve o direito ao silêncio durante seu depoimento e enfatizou que seu contrato não envolve ganhos financeiros provenientes das apostas dos seguidores. No entanto, muitos questionaram a conexão dela com o assunto, já que sua imagem e suas interações nas redes sociais são amplamente associadas a jogos de azar.
Contrastes durante a audiência
O depoimento de Virgínia começou de forma séria, mas logo ganhou um tom descontraído. As declarações da influenciadora, bem como as “trapalhadas” que ocorreram durante a sessão, geraram uma atmosfera inusitada e, em alguns momentos, até controversa. Isso levantou a discussão sobre a importância da seriedade nas investigações e a natureza dos depoimentos de figuras públicas.
Críticas à postura de Virgínia na CPI
A senadora Soraya Thronicke não hesitou em criticar a postura de Virgínia durante a audiência. Ela questionou: “Duvido que o dinheiro que ela ganha das Bets não signifique nada. Ela ocultou o quanto ela ganha. E no outro dia está dançando com Carlinhos Maia, que também está na nossa mira.” A fala da senadora reflete a preocupação com a falta de transparência dos influenciadores nas questões ligadas à legalidade e responsabilidade social.
Esse caso levanta questões mais amplas sobre a influência das redes sociais na política e os compromissos éticos que os influenciadores devem ter ao lidar com temas sensíveis. A presença de Virgínia na CPI pode ser vista como um reflexo do papel que as redes sociais desempenham na formação de opiniões e no comportamento do público.
O futuro da CPI e as lições aprendidas
O desdobramento deste caso pode ter impactos significativos não só para Virgínia, mas também para outros influenciadores que atuarão em questões pertinentes ao debate público. A expectativa é que a CPI das Bets continue a investigar as relações entre negócios de apostas e os responsáveis por promover esses serviços, apresentando à sociedade clareza e responsabilidade em um setor que ainda carece de regulamentação adequada.
Em suma, o episódio envolvendo a senadora Soraya Thronicke e Virgínia Fonseca ressalta a complexidade das relações entre influenciadores e política, além de trazer à tona discussões necessárias sobre a ética no uso de plataformas digitais.