Quando se fala em sono, muitos associam sua importância à qualidade e à quantidade de horas dormidas. No entanto, existe um fenômeno que pode levar à preocupação de familiares: a sonolência excessiva diurna, também chamada de hipersonia. Este tema, que ganha destaque no campo da saúde em especial para a população idosa, ainda gera muitas dúvidas e suposições. Para esclarecer essas questões, conversamos com o pneumologista Francisco Hora, especialista em Medicina do Sono, no estado da Bahia.
O que é hipersonia?
A hipersonia caracteriza-se pela sonolência excessiva durante o dia, que ocorre mesmo após uma noite de sono considerada adequada. Esse problema, embora possa ser alarmante, não é incomum entre os idosos, especialmente aqueles que não possuem problemas de saúde como diabetes ou hipertensão. O especialista Francisco Hora destaca que existem diversas razões pelas quais os idosos podem se sentir mais sonolentos.
Fatores que contribuem para a hipersonia
Embora a hipersonia possa parecer um problema isolado, ela está frequentemente ligada a uma série de fatores que vão além do simples ato de dormir. Entre eles, estão:
- Alterações no ciclo de sono: Com o avanço da idade, o ciclo de sono dos idosos tende a mudar. Eles podem ter mais dificuldades em atingir as fases mais profundas do sono, resultando em um descanso insatisfatório.
- Uso de medicamentos: Muitos idosos fazem uso de medicamentos que podem ter como efeito colateral a sonolência, como os antidepressivos e os ansiolíticos.
- Condições de saúde: Embora Francisco Hora ressalte que a hipersonia pode ocorrer sem estar associada a problemas de saúde, certas condições podem exacerbar a situação, como apneia do sono, que é comum na terceira idade.
A percepção familiar e social
A sonolência excessiva em idosos muitas vezes causa preocupação em familiares e amigos. O medo de que um episódio de sono profundo possa ser confundido com um problema mais grave, como uma queda ou uma condição médica, é legítimo. Muitas famílias relatam momentos de apreensão, pensando que o idoso pode ter falecido, quando na verdade ele está apenas dormindo profundamente. Francisco Hora ressalta que é importante que familiares estejam cientes dessas nuances do sono na terceira idade para que possam lidar com a situação de forma mais tranquila.
Quando buscar ajuda médica?
Embora a hipersonia possa ser comum, o médico orienta que a avaliação de um especialista em Medicina do Sono é essencial caso a sonolência excessiva comece a interferir nas atividades diárias do idoso, comprometendo sua qualidade de vida. Algumas perguntas que podem indicar a necessidade de uma consulta incluem:
- O idoso está frequentemente dormindo durante o dia?
- Ele apresenta dificuldades em se manter acordado em atividades cotidianas?
- Há mudanças significativas em seus padrões de sono em relação ao passado?
Tratamento e prevenção
O tratamento para a hipersonia varia de acordo com a causa subjacente. Em alguns casos, mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma rotina de sono mais rígida e a prática de atividades físicas regulares, podem ser eficazes. Para outros, pode ser necessário o uso de medicamentos, sempre sob orientação médica. O especialista enfatiza que a comunicação entre o idoso, a família e os profissionais de saúde é fundamental para encontrar a melhor abordagem.
Conclusão
A hipersonia é um fenômeno que, apesar de comum entre os idosos, pode causar preocupações desnecessárias nas famílias. É fundamental buscar informações e estar atento aos sinais do corpo, de modo a garantir a saúde e o bem-estar. No entanto, a consciência sobre a condição e o diálogo aberto podem prevenir mal-entendidos e contribuir para uma convivência mais harmoniosa.
Se você suspeita de problemas de sono em um idoso, considere procurar um especialista e discutir as melhores opções para o tratamento e a prevenção da hipersonia.
