A desistência do prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, da disputa pela presidência da sigla, nesta segunda-feira, fez com que o número de postulantes pelo cargo se reduzisse a quatro. Quaquá afirmou que optou pela unidade da maior corrente petista, a Construindo um Novo Brasil (CNB), que tem como candidato o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, considerado o favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Candidatos na disputa pela presidência do PT
Além de Edinho Silva, na disputa estão o deputado federal Rui Falcão (SP), ex-presidente do PT e representante da corrente Novos Rumos; o dirigente Valter Pomar; e Romênio Pereira, atual secretário de Relações Internacionais da sigla. O primeiro turno do Processo de Eleições Diretas (PED) está marcado para 6 de julho. Até a data do pleito, os candidatos terão suas viagens custeadas pelo partido, com o objetivo de apresentar propostas e articular apoios entre os diretórios estaduais e municipais.
Rui Falcão, que exerce seu segundo mandato consecutivo na Câmara, já comandou a legenda duas vezes: entre 1994 e 1995 e novamente de 2011 a 2017. Como historiador, Valter Pomar não possui cargos eletivos, mas atuou como secretário executivo do Foro de São Paulo de 2005 a 2013 e foi secretário de Cultura de Campinas (SP). Romênio Pereira é um dos fundadores do PT e tem ocupado diferentes funções partidárias em Minas Gerais.
Reunião e decisão de Quaquá
A decisão de Quaquá foi tomada após uma reunião com a ministra das Relações Institucionais e ex-presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A permanência de Quaquá na vice-presidência nacional foi colocada em negociação como parte do acordo, embora seus aliados neguem essa possibilidade. Desde que foi nomeada ministra em março, Gleisi passou a atuar para unificar a CNB em torno de Edinho, e Quaquá, que vinha se opondo à candidatura, avaliou que não poderia ir contra Lula, que defende Edinho, mesmo sem fazer um pronunciamento público a respeito.
Eleições internas no Rio de Janeiro
Fora da corrida nacional, Quaquá intensificará sua atuação nas eleições internas do PT no Rio de Janeiro, onde busca consolidar seu grupo político. Para o comando do diretório estadual, lançou a candidatura de seu filho, Diego Zeidan, que está em confronto com o deputado federal Reimont, um aliado de Lindbergh Farias. Essa disputa é observada como um reflexo das tensões entre diferentes correntes do partido em nível nacional.
No diretório municipal da capital fluminense, Quaquá apoia Alberes Lima, enquanto a oposição possui Leonel de Esquerda como consenso. A ala contrária ao grupo de Quaquá acusa-os de manter um “pragmatismo excessivo”, o que os estaria distanciando de pautas tradicionais da esquerda. A tensão dentro do partido se intensificou após Quaquá ter defendido os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que são investigados por suposta participação no assassinato da vereadora Marielle Franco. Essa declaração gerou uma forte reação de militantes que atuam nos direitos humanos, movimentos de favelas e na militância periférica.
Com a definição do cenário para as eleições internas e as variáveis na composição das candidaturas, o PT se prepara para um período de intensas articulações políticas que podem influenciar tanto sua estrutura interna quanto sua estratégia para as próximas eleições.