No Brasil, as expectativas para o desempenho econômico em 2025 estão se mostrando mais animadoras, com diversas instituições revisando suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) após um primeiro trimestre robusto. O destaque vai para o PicPay, que elevou sua estimativa de crescimento de 1,6% para 2,2%, considerando que a economia está se recuperando apesar do aumento das taxas de juros.
Dados promissores do primeiro trimestre
De acordo com o PicPay, a projeção para o crescimento do PIB no primeiro trimestre ficou em alta de 1,5%, superando a expectativa anterior de 1,2%. O resultado oficial do PIB será divulgado no dia 30, mas economistas já vêem sinais de uma economia que, embora enfrente desafios, apresenta robustez.
Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, destacou a resiliência do mercado de trabalho no Brasil, que se manifesta em uma taxa de desemprego nas mínimas históricas e em um crescimento real nos salários. Esse cenário ajuda a sustentar a demanda interna, mesmo com uma leve desaceleração da indústria.
Setor agropecuário se destaca
O setor agropecuário deve ser um dos principais motores para o crescimento do PIB, com uma expectativa de crescimento de 11,7% no primeiro trimestre. Essa recuperação é impulsionada por condições climáticas favoráveis e uma forte demanda na pecuária, segundo a economista da PicPay. Já para o segundo trimestre, a projeção foi revisada de 0,2% para 0,5%, apoiada por políticas que estimulam a renda.
Além do PicPay, outra instituição que revisou suas expectativas foi a LCA, que agora projeta um crescimento de 2,2% para 2025 e 2% para 2026. Esses números refletem não apenas um desempenho superior do primeiro trimestre, mas também a esperada aceleração das políticas públicas, especialmente com o foco eleitoral se aproximando em 2026.
Expectativas variadas entre as instituições financeiras
No Banco Inter, a previsão de crescimento para 2025 foi elevada de 1,5% para 1,8%. A economista-chefe Rafaela Vitória comentou que a expectativa é de um crescimento de 1,1% no PIB do primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2024, destacando uma impressionante alta de 15% no setor agropecuário.
Apesar desse cenário mais otimista, ela alerta para uma tendência de desaceleração no setor de serviços, embora a demanda permaneça sustentada por programas sociais, reajustes do salário mínimo e um mercado de trabalho aquecido.
Impacto da gripe aviária no PIB
Recentemente, o Brasil também enfrentou preocupações relacionadas à gripe aviária, que levou a questionamentos sobre o impacto econômico que isso poderia causar. No entanto, Guilherme Sharovsky, diretor de crédito da Bloxs, minimiza esse impacto, argumentando que o país possui capacidade produtiva ociosa em várias regiões, tanto na criação de aves quanto na indústria de processamento.
Ele acrescenta que o Brasil tem uma estrutura sólida de produção avícola, que se estende desde a origem até o abate e a distribuição. Mesmo com alguns desafios decorrentes da gripe aviária em certas áreas, a cadeia produtiva nacional possui a robustez necessária para compensar possíveis choques no curto prazo.
Em resumo, as revisões nas projeções de crescimento do PIB brasileiro refletem um cenário de recuperação e resiliência, apesar das oscilações e desafios que a economia enfrenta. A combinação de dados positivos, força no mercado de trabalho e o desempenho vigoroso do setor agropecuário aponta para um ano desafiador, mas promissor para a economia brasileira.
