No último dia 19 de maio, o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, foi recebido em audiência pelo Papa Leão XIV no Palácio Apostólico. Durante o encontro, ambos líderes religiosos reiteraram a necessidade de fortalecer o diálogo teológico entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica, bem como manifestaram seu compromisso em favor da paz mundial e da proteção do meio ambiente. Este encontro acontece em um momento crucial para a unidade entre as diferentes vertentes do cristianismo e, ainda mais, no contexto de desafios globais contemporâneos.
A importância do diálogo entre as igrejas
Bartolomeu I, que é o 270º patriarca ecumênico, destacou durante a audiência que o fortalecimento da comunicação entre as duas tradições cristãs é essencial. “Precisamos continuar a promover e aprofundar o diálogo teológico”, afirmou Bartolomeu. O Papa Leão XIV, por sua vez, expressou sua gratidão pela visita do patriarca e reforçou a necessidade de colaboração mútua. “Juntos, devemos trabalhar pela paz no mundo e pelo apoio aos que mais sofrem”, declarou.
O tema ambiental, também central no pontificado de Francisco, foi mencionado, com Bartolomeu se referindo à encíclica Laudato si’, que centra sua mensagem na proteção da criação. A sinergia entre os esforços de ambas as instituições é vista como uma esperança para abordar questões sociais e ambientais globais.
Reencontro em Nicéia
Uma parte significativa da conversa foi dedicada ao planejado encontro que celebrará os 1700 anos do Concílio de Nicéia, o primeiro concílio ecumênico da história. Leão XIV manifestou o desejo de viajar à Turquia para participar das comemorações, uma viagem que o papa Francisco havia sonhado em realizar mesmo diante de dificuldades pessoais. Bartolomeu sugeriu que a visita poderia ocorrer em novembro, durante a Festa de Santo André, um momento simbólico para ambas as tradições cristãs.
“Ter a presença do Papa Leão em Nicéia será uma honra e um passo importante na continuidade da amizade entre nossas igrejas”, comentou Bartolomeu ao sair da audiência. A expectativa é que essa viagem possa reavivar laços históricos e promover uma nova era de diálogo entre as igrejas oriental e ocidental.
Uma homenagem ao Papa Francisco
Após a audiência, Bartolomeu dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior para prestar homenagem ao Papa Francisco, falecido recentemente. “Invoquei suas orações do céu por todos nós e por seu sucessor”, disse, emocionado. Ao deixar rosas brancas em homenagem ao “querido amigo”, o patriarca sublinhou o respeito e a colaboração que sempre existiram entre ele e Francisco.
Essa saudação não é apenas um tributo, mas também um convite à continuidade do trabalho que ambos líderes realizaram juntos, fortalecendo a união e a fraternidade no cristianismo. Bartolomeu recordou ainda das diversas viagens e momentos que compartilharam, enfatizando a importância dessa amizade no âmbito da missão da Igreja.
Expectativas futuras
O patriarca ecumênico finalizou o encontro demonstrando otimismo com o futuro das relações entre as duas igrejas. “Acredito que podemos continuar no mesmo caminho pelo cristianismo e pela paz”, disse. Bartolomeu I deixou claro que a construção de pontes entre as igrejas católica e ortodoxa é fundamental para enfrentar os desafios que a humanidade tem pela frente.
Na era atual, marcada por conflitos religiosos e crises sociais, a aproximação entre lideranças espirituais é não só necessária, mas urgente. O diálogo e a cooperação são ferramentas valiosas para a promoção da paz e do bem-estar, reafirmando a relevância das comunidades de fé na busca por um mundo melhor.
O encontro entre Bartolomeu I e Papa Leão XIV marca, portanto, um passo importante rumo à unidade entre as tradições cristãs e à construção de um futuro mais harmonioso para todos. Com a expectativa de um reencontro em Nicéia, os dois líderes religiosos se mostram comprometidos em trilhar um caminho de diálogo e cooperação.