A paratriatleta espanhola Marta Francés, de 29 anos, anunciou sua aposentadoria do triatlo profissional após anos de bullying e assédio que afirma ter sofrido no ambiente esportivo. Em uma emocionante publicação nas redes sociais feita na última sexta-feira, Francés revelou que enfrentou “bullying incessante, assédio e discriminação” ao longo de seus seis anos competindo na modalidade, o que a levou a tomar a difícil decisão de encerrar sua carreira.
A luta contra a discriminação no esporte
Francés conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, além de ser campeã mundial e bicampeã europeia. Em sua declaração, ela enfatizou que suportou os abusos para alcançar seu sonho olímpico, mas a situação se tornou insustentável. “Aguentei até aqui para que ninguém roubasse o meu sonho olímpico de Paris”, escreveu a atleta, expressando a dor e a luta que enfrentou.
O bullying e a discriminação no esporte são problemas alarmantes que muitos atletas enfrentam, e a experiência de Francés destaca a necessidade urgente de criar ambientes mais seguros e inclusivos para todos os competidores. Esta é uma questão que deve chamar a atenção das autoridades esportivas e da sociedade em geral, para que ações sejam tomadas em prol da integridade e respeito no mundo esportivo.
Desafios e superações
Após sua decisão de se aposentar do triatlo, Francés também tentou migrar para o ciclismo adaptado, mas infelizmente enfrentou as mesmas dificuldades. “O mundo paralímpico é muito pequeno. Todas essas pessoas que me fizeram esse bullying tremendo se encarregaram de que também o fizessem no ciclismo”, utilizou para ilustrar a intensidade das suas experiências. Essa situação revela o quanto é vital que o apoio e a sensibilidade às questões de discriminação sejam abrangentes e efetivos.
Em sua mensagem de despedida, Francés fez uma reflexão profunda sobre sua jornada: “Obrigada também a todos vocês que tornaram minha vida num inferno com o bullying incessante durante 6 anos. Alguns podem pensar que é atirar a toalha ao chão. Bem, não é, é vencer a guerra.” Apesar de todas as adversidades, a atleta expressou gratidão pelas conquistas e pela força interior que desenvolveu ao longo de sua carreira.
Uma trajetória inspiradora
Marta Francés foi diagnosticada com um tumor cerebral aos 16 anos, e essa experiência desafiadora a levou a buscar no esporte uma forma de superação. “Obrigada a todos os que magoaram tanto, porque graças a vocês eu extravasei a raiva para vencer, para levar para casa a prata olímpica e o ouro mundial”, declarou, enfatizando a força interior que a manteve firme em sua trajetória.
A atleta será homenageada como Filha Predileta de Castilla-La Mancha no próximo dia 31 de maio, uma distinção que reconhece suas conquistas e resiliência. Ela não descarta a possibilidade de tomar medidas legais contra os responsáveis pelo assédio que sofreu, o que demonstra sua determinação em lutar por justiça e atuar como uma voz a favor de outros atletas que talvez estejam passando por experiências similares.
Conclusão
A história de Marta Francés não é apenas uma reflexão sobre suas conquistas como paratriatleta, mas também um grito de alerta sobre as condições enfrentadas por muitos atletas nas competições. O bullying e a discriminação no ambiente esportivo precisam ser combatidos com urgência, e a coragem de Francés em falar sobre sua experiência contribuirá para a conscientização e mobilização em busca de um esporte mais saudável e igualitário.