Brasil, 20 de maio de 2025
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Moraes ironiza postura de acusados em julgamento de trama golpista

Ministro Alexandre de Moraes faz críticas e ironias durante julgamento sobre o envolvimento de militares e um policial em plano golpista.

O julgamento sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação a 12 pessoas, das quais 11 são militares e um policial federal, integrantes do chamado “núcleo 3” da trama golpista, ganhou destaque nas palavras do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao longo do processo, Moraes não hesitou em trazer à tona ironias sobre a maneira como os acusados se referem a ele, além de criticar comportamentos que considera inadequados para figuras em posições de poder.

A ironia nas falas dos acusados

Durante a análise da denúncia, Moraes destacou com um tom de sarcasmo os apelidos que os acusados criaram para se referir a ele. Nomes como “cabeça de ovo” e “professora” foram mencionados, refletindo a tentativa dos réus de desmerecer sua autoridade. Moraes, ao ler um trecho de uma conversa entre o coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior, enfatizou a peculiar frase do militar que questionava se teriam coragem de enfrentar “o cabeça de ovo”. Essa citação, por si só, revelou uma dinâmica intrigante e, de certo modo, absurda entre os acusados e o relator do caso.

A resposta do ministro

Em resposta aos apelidos, Moraes disse: “Além disso, eles também conseguiram fazer vários apelidos para esse ministro relator”, ao passo que o ministro Flávio Dino brincou, comparando seu apelido a “centro de gravidade”, o que fez com que a atmosfera da audiência, mesmo em um contexto tenso, tivesse momentos de leveza. Contudo, apesar da ironia, Moraes se manteve firme em suas convicções, destacando que a tentativa de deslegitimar sua autoridade era infrutífera.

A suspeição e suas implicações

Um dos pontos centrais das defesas dos acusados durante o julgamento foi a alegação de suspeição do ministro Moraes, argumentando que ele, por ter sido um dos alvos dos envolvidos, não deveria julgar o caso. Moraes, porém, não poupou críticas a essa argumentação, lembrando que, se o golpe de Estado fosse uma realidade consumada, dificilmente estaria ali como relator. Afirmou que, caso essa hipótese se concretizasse, outros “kids pretos”, como ele se referiu, estariam discutindo o caso.

Críticas à postura dos réus

Moraes ainda se dirigiu especificamente ao acusado Paulo Figueiredo, que se encontra foragido e é alvo de um decreto de prisão preventiva. O ministro não hesitou em apontar que Figueiredo, por ser neto do último presidente durante o regime militar, João Batista Figueiredo, possui uma influência que, segundo Moraes, é questionável. “Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil”, reforçou o ministro, enfatizando a hipocrisia nas atitudes de Figueiredo e sua fuga da responsabilidade.

Condução da audiência e educação militar

Além das críticas diretas aos acusados, Moraes também se manifestou acerca da “educação” dos militares envolvidos, ao ler trechos de conversas que continham palavrões, sugerindo que a falta de respeito nas comunicações poderia ser uma característica comum entre os acusados. Ele afirmou: “Parece que uma característica dos militares golpistas é a falta de educação. Talvez para serem promovidos.” Essa declaração ressalta uma visão crítica sobre a cultura militar que permite tais comportamentos, especialmente em contextos que envolvem discussões sérias sobre democracia e legalidade.

O avanço do processo

O julgamento atual faz parte de um contexto mais amplo, em que o STF já tornou réus outros 21 acusados por envolvimento na mesma trama golpista, oriundos de diferentes núcleos. A complexidade do caso e a variedade de réus só aumentam a importância do trabalho do STF em reafirmar a legalidade e a justiça em um cenário em que as instituições democráticas têm sido constantemente desafiadas.

O desdobramento deste julgamento será cuidadosamente observado pela sociedade brasileira, que vive um momento delicado em sua política. As ironias de Moraes, embora tenham trazido um certo alívio emocional à audiência, também servem como um lembrete da gravidade da situação apontada pelas investigações, que exigem respostas firmes e resolutas da justiça.

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