Brasil, 20 de maio de 2025
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Gripe aviária chega ao Brasil após 19 anos sem registro

O H5N1 foi constatado em granjas comerciais; impacto nas exportações é considerado pequeno.

Após 19 anos de vigilância, o vírus da gripe aviária (H5N1) finalmente chegou ao Brasil, surpreendendo o setor agropecuário. No entanto, especialistas afirmam que o impacto nos mercados e nas exportações tende a ser controlado, graças à robustez dos sistemas de monitoramento e fiscalização do país.

A situação atual da gripe aviária no Brasil

O economista José Roberto Mendonça de Barros destaca que o Brasil, sendo o maior exportador de carne de frango do mundo, com exportações que alcançam a marca de 10 bilhões de dólares por ano, possui um controle rigoroso que contribui para a segurança do setor. “Nós não somos os primeiros a experimentar essa situação, e a resposta do nosso sistema de controle é um reflexo de nossa posição de destaque no mercado”, comenta Mendonça de Barros.

A confirmação de casos em granjas comerciais, embora preocupante, não deverá causar um colapso imediato nas exportações. Mendonça de Barros sublinha que, enquanto a gripe aviária se limitar a granjas de subsistência, ou “fundo do quintal”, a situação não levantará alarme entre os parceiros internacionais. Para que o controle siga eficaz, é crucial que o governo, através do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mantenha a transparência e o monitoramento contínuo de casos suspeitos e confirmados.

Impacto nas exportações de frango

No primeiro momento, com a suspensão das importações por mais de 20 países, espera-se que o mercado interno sinta um aumento na oferta de frango. Contudo, o professor Eduardo Menicucci, da Fundação Dom Cabral, indica que este crescimento será pequeno e não deve provocar grandes oscilações nos preços. “As granjas têm capacidade de armazenamento adequada, o que permite um escoamento gradual da produção, evitando uma concentração de oferta que poderia levar à queda brusca de preços”, explica.

Menicucci acrescenta que a expectativa é de que os preços não oscilam drasticamente. “Ao contrário dos EUA, onde houve um aumento significativo no preço dos ovos devido à gripe aviária, no Brasil não deve haver uma tendência semelhante”, observa o especialista.

Medidas e previsões para o futuro

Em relação à contenção do vírus, a incineração dos animais nas granjas afetadas será realizada apenas se necessário e de forma restrita à área onde o H5N1 foi identificado. O especialista enfatiza que o vírus não se espalha com a mesma rapidez que outros patógenos, como o da Covid-19, e que as medidas de segurança sanitária estão sendo eficazes até o momento. A situação exige monitoramento, mas não apresenta indicativos de crise iminente.

A segurança do consumo de carne

Com a chegada do vírus ao Brasil, uma preocupação imediata é a segurança alimentar. Especialistas garantem que o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, pois o H5N1 não sobrevive a altas temperaturas. “O preparo adequado do alimento neutraliza o vírus, tornando- o inofensivo”, afirmam.

A importância da proteção dos trabalhadores

Um ponto crítico que merece atenção é a proteção dos trabalhadores que lidam diretamente com aves. A contaminação é uma preocupação real para quem está em contato com aves vivas, e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é essencial para garantir a segurança. Apesar do H5N1 não ser transmitido entre humanos, a possibilidade de mutações que permitam a transmissão entre pessoas é uma questão que não pode ser ignorada.

A prevenção é a chave para evitar que casos isolados se transformem em uma emergência de saúde pública. “É crucial que os trabalhadores estejam protegidos e que as autoridades competentes continuem monitorando a situação de perto”, conclui um dos especialistas.

Em suma, embora o Brasil enfrente novos desafios com a chegada do H5N1, a experiência acumulada e a infraestrutura de controle são elementos que oferecem esperança de uma gestão eficaz da saúde pública e do mercado agropecuário.

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