Em uma reunião com integrantes da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA) realizada nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou sua expectativa de que parceiros comerciais internacionais, como a China e a União Europeia, possam “regionalizar” a suspensão das compras de frango brasileiro. Isso significaria que o embargo, atualmente afetando todo o Brasil, poderia ser restringido apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou a uma área específica de 10 km ao redor do foco onde um caso de gripe aviária foi detectado em uma granja comercial no município gaúcho de Montenegro.
Expectativas sobre a regionalização do embargo
Fávaro destacou a importância da transparência no manejo da situação, informando sobre todos os casos suspeitos e negativos para garantir que a China aceite a proposta de regionalização. “O período de incubação do vírus é de 28 dias. Há indícios de que a regionalização pode acontecer, mas cinco dias desde a confirmação do caso no Rio Grande do Sul é um espaço de tempo muito curto”, afirmou o ministro.
Segundo ele, se não surgirem novos casos nos próximos 28 dias na região e todos os protocolos forem cumpridos, a expectativa é que a China e a União Europeia aceitem a proposta de regionalização. A ideia é mitigar os impactos da gripe aviária sobre a indústria do frango, que representa uma parte significativa da economia brasileira, especialmente no Rio Grande do Sul.
Tratativas com a China
Fontes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informaram que o governo brasileiro já está em contato com as autoridades sanitárias da China para discutir a flexibilização do protocolo que atualmente impede a exportação de frango do Brasil. No momento, a suspensão abrange não só o Rio Grande do Sul, mas também diversas outras regiões do país.
Um documento enviado às autoridades chinesas salienta que, considerando as robustas medidas técnicas adotadas pelo Brasil, o país gostaria de explorar a possibilidade de uma abordagem regionalizada, em alinhamento com os princípios da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as diretrizes do protocolo bilateral referente à carne de frango.
Desafios nas exportações de carne de frango
O ministro Carlos Fávaro ressaltou que, antes do registro da gripe aviária, as negociações entre o estado do Rio Grande do Sul e a China estavam avançando para a liberação das exportações de carne de frango. Contudo, com a confirmação da doença, as perspectivas para a abertura do mercado chinês se tornaram mais complicadas.
“O protocolo com a China restringe o Brasil como um todo. No entanto, em relação à doença de Newcastle, estávamos prestes a anunciar o levantamento da suspensão que afetava o Rio Grande do Sul. Essa situação estava praticamente resolvida antes da confirmação do caso de gripe aviária”, observou Fávaro.
A importância do setor avícola no Brasil
A indústria avícola é uma das mais vitais para a economia brasileira, não apenas no que diz respeito à produção de alimentos, mas também em termos de geração de empregos e crescimento do comércio exterior. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo, e a manutenção desse status é crucial para o desenvolvimento econômico do país.
Na atual conjuntura, a negociação com parceiros internacionais e a implementação de medidas adequadas de prevenção e controle são essenciais para proteger a saúde pública e garantir a continuidade das exportações. O governo brasileiro está determinado a encontrar soluções que minimizem os impactos da gripe aviária e garantir a confiança do mercado nas exportações brasileiras.
Com o desfecho dessa situação ainda incerto, a expectativa é que o trabalho conjunto entre as autoridades brasileiras e seus parceiros internacionais leve à construção de um ambiente mais seguro e favorável para o comércio de carnes, particularmente o frango, nos próximos meses.