Um crime que expõe não apenas a vulnerabilidade da sociedade, mas também o desespero de uma família que depende de um veículo para cuidados médicos. No último sábado (17), Gisele Costa, residente em Ribeirão Preto (SP), teve seu carro roubado próximo à Praça da Paz, no bairro Lagoinha. O veículo é vital para o marido, Matheus Soares Pinto, que enfrenta sequelas graves após um aneurisma há quatro anos, tornando as consultas médicas e sessões de fisioterapia uma necessidade absoluta.
O roubo e suas consequências
O roubo ocorreu quando o padrasto de Gisele retornava de uma oficina. Armados e em uma moto, dois homens abordaram o veículo enquanto ele já se aproximava de casa. “Ele estava devagar, já perto de casa. Eles encostaram o revólver na cabeça dele”, relata Gisele. “Ele ficou sem reação, é um idoso e, quando viu a arma, não teve como reagir.” O crime foi filmado por câmeras de segurança que registraram a movimentação dos ladrões momentos antes do assalto.
Apesar do trauma e da situação angustiante, Gisele se sente aliviada por não ter perdido o marido naquela situação. “A única coisa que me deixa mais tranquila é que o Matheus não estava dentro do carro, porque a agressividade deles era evidente. Era um momento de muita tensão”, acrescenta.
Impacto na saúde e na rotina da família
O roubo não afeta apenas as finanças da família, mas também a saúde de Matheus, que depende das sessões de fisioterapia para evitar retrocessos em sua recuperação. “Se ele não frequentar a fisioterapia, ele pode regredir no tratamento. É fundamental que ele mantenha a rotina para continuar a sua evolução”, explica Gisele. O carro também servia para levar o filho autista da família à escola, uma tarefa que agora se torna cada vez mais complicada sem o veículo.
Gisele enfatiza que a família não tem condições de adquirir um novo carro, especialmente um adaptado para as necessidades de Matheus. “Nós dependemos desse carro antigo para tudo. Não temos como ficar pegando transporte público, por conta da dificuldade do Matheus em se socializar”, desabafa.
A busca por justiça
A família possui seguro para o veículo, mas Gisele teme que o pagamento da franquia impacte o orçamento familiar. “É uma situação muito triste e desgastante. Queremos que a polícia consiga não apenas recuperar o carro, mas também capturar os responsáveis. Sentimo-nos vulneráveis e a sensação de impunidade é angustiante”, relata.
📞
Quem tiver informações sobre o carro, que é um Volkswagen Polo sedan prata 2005, pode entrar em contato com os serviços de emergência pelo Disque-Denúncia, no telefone 181, ou pela Polícia Militar, no número 190.
A história de Gisele e Matheus destaca questões sociais mais amplas relacionadas à segurança pública e à saúde, mostrando como um único ato criminoso pode desestruturar a vida de uma família. O clamor por ajuda é um apelo não só para recuperar um bem material, mas para restabelecer a dignidade e os cuidados essenciais que todo ser humano merece.
Solidariedade da comunidade
A comunidade local tem se mobilizado para ajudar Gisele e Matheus. Mensagens de apoio e solidariedade têm chegado através das redes sociais, fazendo com que a família se sinta um pouco menos sozinha nessa batalha. “Estamos todos juntos. Esperamos que essa história tenha um final feliz e que possamos encontrar o carro logo”, disse um vizinho que compartilhou a causa nas redes sociais.
Documentar essa situação e compartilhar no espaço público é uma forma de aumentar a visibilidade sobre a violência urbana e suas implicações, não apenas para os afetados direta ou indiretamente, mas para toda a sociedade. Gisele Costa representa muitos brasileiros que vivem diariamente com a insegurança e a necessidade de um apoio mais efetivo das autoridades.
Os desdobramentos desse evento nos lembram da urgência em lidarmos com a criminalidade e com o aperfeiçoamento dos sistemas de segurança pública no Brasil, a fim de garantirmos um ambiente mais seguro e digno para todos.
Para mais atualizações sobre o caso, acompanhe as notícias da região no g1 Ribeirão e Franca.