Brasil, 20 de maio de 2025
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Testemunha acusa ex-presidente Bolsonaro de trama golpista

Ex-comandante do Exército confirma discussões sobre medidas extremas após eleições de 2022 e gera tensão no STF.

Em uma audiência marcada por tensões e questionamentos, o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, confirmou a realização de reuniões no Palácio da Alvorada, onde foram discutidas possibilidades de um Estado de Sítio ou um estado de defesa após as eleições de 2022. Sua declaração ocorreu no âmbito da ação que investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou promover um golpe de Estado.

A confirmação e o contexto das reuniões

Durante sua participação na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Freire Gomes revelou que foi convocado por Bolsonaro para discutir um documento que ele descreveu como “estudo”. O militar, no entanto, procurou atenuar as implicações das reuniões, afirmando que as medidas discutidas estavam previstas na Constituição e, portanto, não o alarmaram. Apesar disso, a declaração contradiz o que já havia sido dito anteriormente à Polícia Federal (PF).

Provas e contradições em depoimentos

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, questionou a relação entre o que Freire Gomes afirmou na audiência e o seu depoimento anterior à PF. No depoimento de março de 2024, o ex-comandante do Exército descreveu como Bolsonaro apresentou três “institutos jurídicos” que poderiam justificar uma ruptura democrática após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Freire Gomes persistiu na narrativa de que não havia conluio ou intenção golpista explícita, mas sua participação na construção da narrativa e as discussões que ocorreram levantam questões sobre a estabilidade democrática e a legalidade das conversas. “Foram só lidos alguns considerandos… mas muito superficial”, disse ele, minimizando o conteúdo do documento discutido em reuniões com o ex-presidente.

Alertas sobre possíveis consequências legais

Embora tenha tentado desviar qualquer responsabilidade das discussões, Freire Gomes revelou que alertou Bolsonaro sobre os riscos jurídicos que poderiam resultar da implementação de quaisquer das medidas discutidas. Segundo ele, era necessário obter apoio tanto a nível interno quanto externo antes de realizar ações que poderiam ser vistas como ilegais ou antiéticas. “Acho que pode ter um problema sério”, confidenciou Freire Gomes em tom de advertência.

O papel das autoridades nesta trama

O ex-comandante também confirmou que o documento apresentado previa a prisão de autoridades, citando que acreditava que a ordem era direcionada contra o ministro Alexandre de Moraes. Em depoimentos anteriores, outros oficiais, incluindo o ex-comandante da Aeronáutica, corroboraram a ideia de que as reuniões envolviam a possibilidade de ações extremas contra autoridades judiciais e políticas.

Essa revelação provoca uma nova onda de incertezas sobre o clima político no Brasil e a relação entre os militares e o governo civil. Moraes, por sua vez, deixou claro que a obstrução da verdade por qualquer testemunha não seria tolerada, exigindo que Freire Gomes assumisse plenamente a veracidade de suas declarações.

Impactos futuros e desdobramentos da audiência

As audiências feitas se inserem em um processo penal que contempla o que é considerado o “núcleo crucial” de uma suposta organização que tentou um golpe de Estado, envolvendo oito réus, incluindo Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto. O desfecho deste processo poderá ter repercussões significativas não apenas para os envolvidos, mas para o futuro da democracia brasileira.

O cenário atual apresenta um dilema que se desenrola entre a defesa da liberdade de expressão e o território inseguro da insurreição. A luta pela verdade e pela justiça é contínua, e as repercussões desta audiência ainda estão por vir na nação.

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