A Polícia Civil do Piauí (PCPI) anunciou o arquivamento do caso de Maria Rita de Cassia dos Santos e Silva, de apenas 14 anos, que foi encontrada morta após 18 dias desaparecida em Teresina. A informação foi confirmada pela delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que classificou a apuração como complexa. Segundo a delegada, não foi possível identificar a autoria do crime, o que levou à decisão de arquivamento.
A complexidade do caso
A investigação teve início com o desaparecimento da adolescente, ocorrido em 2024. O corpo de Maria Rita foi encontrado em um lixão, o que dificultou a coleta de provas. A delegada Nathália Figueiredo detalhou o cenário complicado em que se desenrolou a apuração: “O inquérito policial tem prazos. Em caso de réu não preso, a gente tem 30 dias, prorrogado por mais tempo. O caso da Maria Rita foi muito complexo desde o começo”, explicou.
O Instituto de Criminalística foi acionado para realizar a coleta de evidências no local onde o corpo foi encontrado. Vestígios e o perfil genético da vítima foram analisados, e testemunhas, assim como suspeitos apontados pela família, foram ouvidos. Contudo, as investigações não avançaram. De acordo com a delegada, todos os exames de DNA realizados com possíveis suspeitos deram negativo, confirmando a dificuldade em identificar o autor do crime.
Relato da delegada e desdobramentos
Nathália Figueiredo destacou que “a questão do estupro não foi comprovada por parte da perícia”, embora o laudo cadavérico tenha registrado que Maria Rita faleceu de forma violenta. “O exame cadavérico da vítima mostrou que foi uma morte violenta de fato, mas não há comprovação de que a Maria Rita foi estuprada”, afirmou a delegada, enfatizando que, apesar das minuciosas diligências, “não se chegou à autoria do crime”.
O Ministério Público do Piauí (MPPI) acatou o arquivamento do caso, mas a PCPI alertou que o inquérito pode ser reaberto caso novas evidências surjam. Em uma manifestação de dor e indignação, a mãe de Maria Rita comentou que tem 30 dias para recorrer à decisão de arquivamento e que está decidida a fazê-lo.
Repercussão e apoio da comunidade
O caso de Maria Rita gerou grande repercussão em Teresina, mobilizando a comunidade e órgãos de defesa dos direitos humanos. Muitas pessoas expressaram solidariedade à família da adolescente e exigiram justiça nas redes sociais. A situação levantou debates sobre a segurança e a proteção dos jovens na capital piauiense, além de questionar a eficácia das investigações de crimes semelhantes.
Organizações e ativistas também se manifestaram, destacando a importância de preservar a memória de vítimas de violência e de lutar por justiça em casos que muitas vezes ficam sem solução. A morte de Maria Rita reacendeu discussões sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas para garantir a segurança de adolescentes, bem como ações que possam apoiar as famílias que enfrentam situações semelhantes.
A continuidade da luta pela justiça
A luta pela justiça é uma demanda não apenas da família, mas de toda a sociedade que deseja um futuro mais seguro para os jovens. Enquanto o caso permanece arquivado, a esperança da mãe de Maria Rita por uma reabertura das investigações se mantém viva. Ela afirma: “Não posso ficar quieta enquanto não souber quem fez isso com a minha filha. Eu preciso de respostas.”
Além disso, especialistas apontam que é fundamental que houver um trabalho conjunto entre a polícia, o Ministério Público e organizações da sociedade civil para que crimes dessa natureza sejam devidamente investigados e que os responsáveis sejam punidos, garantindo assim um ambiente mais seguro para todos.
A história de Maria Rita, embora marcada por um trágico desfecho, serve como lembrete da importância da vigilância quanto à segurança de nossos jovens e ao enfrentamento da violência em suas diversas formas. A comunidade espera que o caso não seja esquecido e que a busca por justiça continue.