Quase cinco meses após reassumir a prefeitura de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, Washington Quaquá tem gerado desconforto entre antigos colegas na Câmara dos Deputados. O motivo de tal desconforto é sua permanência no grupo de WhatsApp da bancada federal do PT, onde muitos acreditam que ele tem acesso a informações privilegiadas que não deveria. Essa situação acirrou os ânimos, especialmente com a proximidade das eleições internas do partido, onde Quaquá é candidato à presidência nacional da legenda.
A tensão se intensifica no PT
Petistas ouvidos pelo GLOBO, que estão ligados ao deputado Lindbergh Farias, expressam preocupações sobre a posição de Quaquá. A informação de que ele está em um chat que discute questões internas da bancada trouxe à tona discussões sobre confiança e transparência. Com Quaquá almejando a presidência do PT, a atmosfera se torna ainda mais carregada.
Conflitos internos
Os conflitos dentro do partido se intensificaram nas últimas semanas, especialmente à medida que as eleições internas se aproximam. Quaquá não é somente um candidato à liderança nacional, mas também seu filho, Diego Zeidan, é um competidor direto no Rio, enfrentando o deputado federal Reimont, que é um aliado de Lindbergh. Essa disputa pelo comando do diretório estadual está gerando divisões e tensões palpáveis entre diferentes facções do PT no estado.
Candidatos em disputa
A candidatura de Reimont se deu em resposta ao que seus apoiadores descrevem como “pragmatismo excessivo” do grupo de Quaquá. Um dos pontos mais controversos que causou desgaste ao prefeito foi sua defesa pública dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que estão sendo investigados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Essa manifestação unilateral provocou forte reação interna, principalmente entre setores do PT que defendem os direitos humanos e as causas das periferias.
Movimentos na oposição
Na disputa pelo diretório municipal, a oposição ainda não definiu um candidato único, no entanto, dois nomes estão ganhando destaque: Leonel de Esquerda e Fátima Lima. O principal objetivo desse grupo é barrar a candidatura de Alberes Lima, que conta com o apoio de Quaquá. Essa movimentação demonstra a fragilidade do clima interno, em um momento crucial para a definição dos líderes do partido.
Corrida pela presidência nacional do PT
Além do embate entre Quaquá e Reimont, a corrida pela presidência nacional do PT não se resume a esses dois nomes. O campo progressista se alinha em torno do ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva. Outros candidatos incluem Valter Pomar, Romênio Pereira e Rui Falcão. A diversidade de candidatos reflete a pluralidade de opiniões e estratégias dentro do partido, mas também mostra como o contexto interno pode afetar a unidade do PT.
A situação atual
O GLOBO entrou em contato com Quaquá e Lindbergh para obter suas opiniões sobre a situação, e a reportagem será atualizada com qualquer manifestação futura. A tensão entre as diferentes correntes dentro do PT parece longe de se resolver, e a permanência de Quaquá no grupo do WhatsApp da bancada federal segue sendo um ponto de discórdia que pode influenciar os rumos do partido nas próximas eleições.
Com um futuro incerto pela frente, a disputa entre os líderes do PT continua a ser observada de perto, não apenas pelos membros do partido, mas também pela sociedade, que aguarda por mudanças e soluções nos problemas políticos e sociais que assolam o Brasil.