O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta segunda-feira (19/5) que “ainda é muito cedo” para avaliar os possíveis impactos econômicos causados pelo primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no país.
Durante uma entrevista coletiva, Mello destacou que o momento é bastante inicial e que a equipe econômica ainda necessita de mais informações para realizar uma análise adequada. Segundo ele, o caso é isolado e enfatizou que o Brasil é um país “extremamente moderno” em políticas sanitárias.
“Gostaria de ter mais informações antes de trazer isso para o cenário macro”, declarou Mello.
O secretário ressaltou que a situação da gripe aviária afeta diversos países, e o Brasil era uma das poucas nações que não havia sido contaminada até agora. Ele sugeriu que, por enquanto, não há motivos para alarmar a população ou os mercados.
Entendendo a gripe aviária
No último dia 14, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou um foco de gripe aviária em uma granja situada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Após a confirmação, diversos países — incluindo China, Argentina, Coreia do Sul e a União Europeia (UE) — suspenderam a importação de carne de aves do Brasil, levantando preocupações no setor agrícola.
Na mesma linha, o Japão anunciou a suspensão parcial de importações, adotando critérios de regionalização para tentar minimizar os impactos no comércio.
Possíveis impactos econômicos
Mais cedo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, revelou que o Brasil pode ficar livre de gripe aviária em até 28 dias, caso não sejam registrados novos casos da doença. Essa afirmativa trouxe alívio para exportadores, uma vez que a rápida identificação do vírus e as ações eficazes para seu controle demonstram a robustez do sistema de inspeção brasileiro.
O Mapa comentou que a detecção do vírus foi “rápida” e que as estratégias adotadas para isolamento, controle e erradicação da doença ressaltam a eficácia do setor. Além disso, o ministério garantiu que a população pode ficar tranquila quanto à segurança dos produtos, afirmando que “a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos”.
Investigação de novos focos
Como medida de precaução, o governo federal está investigando potenciais novos focos da gripe aviária em seis localidades: Nova Brasilândia (MT), Aguiarnópolis (TO), Salitre (CE), Gancho Cardoso (SE), Ipumirim (SC) e Sapucaia do Sul (RS). Estas investigações visam garantir que o cenário não se agrave e que o país mantenha sua eficiência na gestão sanitária.
Os próximos dias serão cruciais para determinar a extensão do problema e a possibilidade de retorno à normalidade nas exportações. A comunidade científica e as autoridades veterinárias estão em alerta, monitorando constantemente a situação para evitar a propagação da doença.
O prudente discurso do secretário Guilherme Mello destaca a importância da vigilância, adaptando as medidas econômicas de acordo com o desenvolvimento da situação. A esperança é que a combinação de fiscalização rigorosa e conscientização continue a proteger a sanidade e segurança alimentares no Brasil.
À medida que mais informações forem disponibilizadas, a análise dos impactos econômicos poderá ser mais bem fundamentada, evitando especulações e promovendo a estabilidade no mercado. Enquanto isso, o setor avícola enfrenta um momento desafiador, mas confiante em sua capacidade de recuperação.