Brasil, 19 de maio de 2025
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Jair Bolsonaro acompanha depoimentos sobre trama golpista no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro participa de depoimentos no STF sobre tentativa de golpe que o inclui como réu em ação penal.

Na manhã desta segunda-feira (19/5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma aparição significativa ao acompanhar os primeiros depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados à trama golpista, em uma ação penal que o inclui como réu no núcleo central da investigação, denominado núcleo 1. Com uma camisa amarela e um mapa do Brasil verde ao fundo, Bolsonaro se inscreveu para participar da audiência online, que marca um momento crítico no andamento do processo.

A audiência e sua importância

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, estava presente para ouvir as testemunhas convocadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que buscam esclarecer a tentativa de golpe que busca desestabilizar o governo. Advogados, jornalistas e interessados puderam se inscrever para acompanhar os depoimentos. A sessão contou ainda com a presença de outros ministros do STF, como Cármen Lúcia e Luiz Fux, na sala de audiências, embora somente Moraes estivesse à frente da coleta de depoimentos.

O procedimento de hoje é a primeira audiência formal de depoimentos relacionada ao caso. Tradicionalmente, quem conduz essas oitivas são os juízes do gabinete do relator. No entanto, a decisão de Moraes de participar pessoalmente indica a gravidade da situação. Entre os depoentes estava o general Freire Gomes, que liderou o Exército no final do governo Bolsonaro e que tem uma postura crítica em relação às sugestões de golpe que foram apresentadas.

“Todas as oitivas serão gravadas e disponibilizadas nos autos ao término de todas as oitivas. De modo que uma testemunha não saiba nem ouça o depoimento das outras. Todos os depoimentos, no entanto, são públicos. Todos os advogados e a imprensa, que demonstraram interesse em participar foram autorizados”, enfatizou Moraes durante a abertura da sessão.

Testemunhas convocadas e suas revelações

Entre as testemunhas ouvidas, estão nomes relevantes como Éder Lindsay Magalhães Balbino, Clebson Ferreira de Paula Vieira e Adiel Pereira Alcântara, que trouxeram informações importantes sobre as ações que antecederam os eventos de 8 de janeiro, dia em que manifestações golpistas culminaram com a invasão de prédios públicos em Brasília.

Revelações impactantes

Éder Balbino, sócio da Gaio Innotech Ltda., ligada ao Instituto Voto Legal, descreveu seu papel em um projeto que visa questionar a integridade do sistema de urnas eletrônicas. Já Clebson Ferreira, analista da Polícia Rodoviária Federal, demonstrou perplexidade com um pedido da então diretora de inteligência do Ministério da Justiça para mapear os locais com maior discrepância entre os votos de Lula e Bolsonaro.

Outro depoimento importante foi o de Marco Antônio Freire Gomes, que confirmou tensões em reuniões onde o ex-presidente Bolsonaro levantou questões sobre um golpe. Ele ressaltou que houve uma resistência clara por parte das Forças Armadas contra esse tipo de articulação. “Eu o adverti contra a possibilidade de um golpe”, afirmou Baptista Júnior durante sua fala à Polícia Federal.

Nucleo 1 e os réus

O núcleo 1, considerado crucial na denúncia da PGR, é composto por oito membros significativos, incluindo figuras como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. A gravidade das acusações e a presença de Jair Bolsonaro como réu trazem uma preocupação não apenas para o ex-presidente, mas para a política brasileira como um todo.

Depoimentos futuros

Um ponto a ser destacado é que o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que também seria ouvido hoje, teve seu depoimento adiado para o dia 21 de maio. Ele já havia expressado suas objeções às propostas de golpe em conversas anteriores com o ex-presidente.

As oitivas de todas as 82 testemunhas do núcleo 1 estão programadas para serem encerradas em 2 de junho. A continuidade do processo e as revelações que estão vindo à tona atestam a importância e a gravidade dos acontecimentos que cercam este momento histórico no Brasil.

Enquanto isso, as atenções do país se voltam para os desdobramentos dessa investigação, que pode ter um impacto profundo na democracia brasileira e no futuro de suas instituições.

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