A recente federação partidária entre o União Brasil e o Progressistas (PP) começou a redesenhar o tabuleiro político em Minas Gerais, provocando um confronto velado entre dois grupos liderados por importantes figuras do estado: o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o vice-governador mineiro, Mateus Simões (Novo). Ambos são apontados como possíveis candidatos ao governo estadual nas eleições de 2026, embora Pacheco ainda não tenha confirmado oficialmente sua intenção de concorrer.
A influência de Rodrigo Pacheco
No atual arranjo político mineiro, Pacheco mantém uma forte influência sobre o União Brasil, partido com o qual possui laços consolidados e o apoio declarado de boa parte de seus quadros locais — incluindo uma significativa quantidade de prefeitos que somam 69. Recentemente, ele recebeu um convite para se filiar ao partido, em uma articulação liderada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP) e endossada por Ciro Nogueira (PP-PI), uma das principais lideranças nacionais do Progressistas. Essa proposta inclui uma nominata robusta para viabilizar sua candidatura ao governo do estado.
Ainda assim, Pacheco está cauteloso. Ele avalia se mudará sua filiação partidária, uma decisão que dependerá da configuração de alianças para 2026, tanto dentro do PSD quanto na nova federação formada. Um eventual alinhamento da federação com o projeto presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderia ser um obstáculo, especialmente porque Pacheco se posiciona significativamente mais próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é o maior apoiador da sua candidatura ao governo.
Mateus Simões e sua trajetória política
Do outro lado do tabuleiro, Mateus Simões está sendo preparado como o herdeiro político de Romeu Zema (Novo) e conta com a estrutura do governo estadual para fortalecer sua imagem e candidatura. O secretário da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), é uma peça-chave nas negociações internas e tem trabalhado ativamente para consolidar o apoio da federação ao vice-governador. Com história como deputado federal, Aro, além de influência no PP, possui um bom trânsito dentro do União Brasil.
Articuladores do governo mineiro confiam em uma boa relação com lideranças locais do União Brasil, incluindo o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), que recentemente fez nomeações que refletem a chamada “Família Aro”. Seus aliados asseguram que Simões já garantiu uma base significativa de apoio dentro da federação e acreditam que Pacheco poderá não concorrer ao governo, focando em sua atuação no Senado em vez da política estadual.
A importância da União Progressista
A União Progressista representa uma peça-chave nas próximas eleições em Minas Gerais. Juntas, as siglas possuem 166 prefeitos, mais de 1300 vereadores e nove deputados estaduais, tornando-se essenciais para qualquer um dos candidatos que visam ao governo do estado. Conquistar o apoio dessas lideranças pode não apenas consolidar a base para as eleições de 2026, mas também aumentar o tempo de televisão e a visibilidade de sua campanha.
O cenário político em Minas Gerais é cada vez mais dinâmico e as aproximações e distanciamentos entre as figuras mencionadas devem ser observados com atenção. As próximas decisões de Pacheco e Simões terão um grande impacto nas estratégias eleitorais que moldarão o futuro do estado.
Conforme as eleições de 2026 se aproximam, a disputa interna e as articulações externas serão fundamentais na formação de coalizões que poderão influenciar não só o governo mineiro, mas também o cenário político nacional. Afinal, Minas sempre foi um estado-chave em qualquer eleição.