Brasil, 20 de maio de 2025
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Casa de Oxumarê: um patrimônio cultural e símbolo de resistência

Comemorando 200 anos, Casa de Oxumarê é um bastião da cultura afro-brasileira e patrimônio histórico no coração da Bahia.

A Casa de Oxumarê, fundada no século XIX, completa 200 anos de história e resistência na Bahia. Reconhecida como um patrimônio cultural do Brasil, a casa passou a ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2013 e pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) em 2004. Este importante espaço é um santuário de fé, tradição e luta pela preservação das raízes africanas, refletindo os saberes ancestrais que atravessam gerações.

A importância da Casa de Oxumarê na cultura afro-brasileira

Localizada em Salvador, a Casa de Oxumarê é mais do que um simples templo; ela se consolidou como um ícone da cultura negra no Brasil. Através de suas práticas e rituais, este terreiro preserva tradições que são fundamentais para a identidade afro-brasileira, servindo como um espaço de aprendizado e devoção. O llê, como é chamado por seus membros, não só promove a religiosidade, mas também a continuidade de práticas culturais que foram muitas vezes marginalizadas ao longo da história.

Um ponto de resistência e diversidade

Além de ser um espaço de fé, a Casa de Oxumarê também se destaca como um ponto de resistência cultural em um país que, por muitas vezes, tem enfrentado questões de intolerância religiosa. Os frequentadores da casa vivenciam a diversidade não apenas em termos de representatividade religiosa, mas também na promoção de um ambiente onde as tradições afro-brasileiras possam ser expressas sem medo de preconceito.

Desafios e conquistas ao longo dos anos

A luta da Casa de Oxumarê não se limita à sua preservação física como patrimônio, mas também abrange a defesa dos direitos dos praticantes de religiões de matriz africana. Por muitos anos, membros do terreiro enfrentaram episódios de intolerância religiosa, sendo alvo de hostilidade e discriminação. Recentemente, um incidente envolvendo torcedores de um time de futebol reacendeu debates sobre a necessidade de respeito e valorização da diversidade religiosa no Brasil.

Em resposta a essas situações, a Casa de Oxumarê tem se envolvendo ativamente em campanhas de conscientização e educação, buscando promover a compreensão sobre a importância das religiões afro-brasileiras no contexto social e cultural do país. O Terreiro tem se tornado um espaço não apenas de resistência, mas também de diálogo e acolhimento.

Eventos de celebração e resistência

Para celebrar seus 200 anos, a Casa de Oxumarê planeja uma série de eventos que abordam suas tradições, cultura e a luta contra a intolerância religiosa. Essas celebrações não só visam relembrar a história do terreiro, mas também convidar a população a conhecer suas práticas e valores. O envolvimento da comunidade em eventos abertos é uma maneira de fomentar a empatia e o respeito entre as diversas religiões que compõem o tecido social brasileiro.

O futuro da Casa de Oxumarê

No século XXI, a Casa de Oxumarê continua a desempenhar um papel crucial na preservação da riqueza cultural brasileira, mantendo viva a memória de seus ancestrais e contribuindo para a luta por justiça social. À medida que o Brasil avança, o desafio de garantir a liberdade religiosa e o reconhecimento das tradições afro-brasileiras se torna cada vez mais relevante.

Em um país marcado por suas desigualdades, a Casa de Oxumarê se impõe como um símbolo de esperança e resistência, mostrando que a diversidade religiosa é uma parte fundamental da identidade nacional. O compromisso da casa em educar e enfrentar intolerâncias tem inspirado outras comunidades a se unirem em defesa da pluralidade e do respeito mútuo, fortalecendo o laço que une todos os brasileiros em sua busca por igualdade e justiça.

Portanto, a Casa de Oxumarê é um espaço que, além de sua função religiosa e cultural, também representa uma luta contínua pela valorização e respeito às tradições afro-brasileiras, reafirmando que a resistência e a celebração da diversidade são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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