O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, atualizou, nesta segunda-feira, as informações sobre a gripe aviária, após a confirmação de um foco em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Este acontecimento levanta preocupações no setor agropecuário, especialmente considerando a gravidade da doença e seus desdobramentos econômicos para a avicultura brasileira.
Confirmação de foco em granja comercial
Desde a confirmação de um foco de gripe aviária no município gaúcho de Montenegro, ocorrido no fim da semana passada, surgiram seis casos suspeitos da doença. Dentre esses, dois foram identificados em granjas comerciais localizadas em Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC). Essa situação sublinha a necessidade de monitoramento rigoroso para prevenir a disseminação do vírus.
Casos negativos e investigações em andamento
Entre os seis casos suspeitos de gripe aviária, foram considerados negativos aqueles provenientes de Nova Brazilândia (MT), Triunfo (RS) e Grancho Cardoso (SE), todas em áreas rurais de subsistência. Outros três casos seguem em análise, o que mantém as autoridades em alerta e mobilizadas para detectar e conter qualquer surto adicional.
Ministro destaca a eficácia do sistema brasileiro
Durante a atualização, o ministro Fávaro afirmou que “o sistema brasileiro é sem sombra de dúvida o melhor sistema mundial. Melhor não existe.” Ele reforçou que não é coincidência que o vírus da gripe aviária, conhecido por circular mundialmente há 19 anos, nunca tenha entrado no plantel comercial brasileiro. Ele também comentou que em muitos casos ao redor do mundo, após a confirmação dos primeiros episódios, a doença rapidamente se espalhou para granjas comerciais. No Brasil, apenas dois anos se passaram antes da primeira ocorrência confirmada.
Impactos econômicos e restrições internacionais
O impacto econômico da gripe aviária já é visível, uma vez que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que 13 mercados internacionais fecharam total ou parcialmente suas portas ao frango brasileiro. Nove desses mercados suspenderam completamente as compras de produtos avícolas de todo o Brasil, enquanto os demais impuseram restrições específicas às aquisições provenientes do Rio Grande do Sul e, em particular, do município de Montenegro.
Necessidade de vigilância contínua
O ciclo da gripe aviária dura cerca de 28 dias, e somente após esse período é possível reivindicar o status de país livre da doença novamente. Em entrevista ao GLOBO, o ministro declarou que, se não surgirem novos casos nos próximos 15 dias, será improvável a ocorrência de novos episódios. Essa vigilância é crucial para garantir não apenas a saúde pública, mas também a continuidade das exportações do avicultores brasileiros.
Suspensões de compras e parcerias internacionais
Os parceiros internacionais que suspenderam completamente as importações de frango brasileiro incluem China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul. Enquanto isso, países como Filipinas, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Japão implementaram restrições apenas ao estado ou município afetado, evidenciando a gestão da crise em níveis globais.
À medida que as autoridades intensificam os esforços de vigilância e controle, o foco permanece na contenção da gripe aviária, garantindo a integridade do setor avícola brasileiro e a confiança dos mercados internacionais. A situação continuará a ser monitorada de perto, com informações atualizadas à medida que novos dados se tornem disponíveis.
Como a cooperação e a comunicação transparente são vitais nesse momento, espera-se que o governo e os setores envolvidos trabalhem juntos para minimizar os impactos da gripe aviária no Brasil.