Brasil, 18 de maio de 2025
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A crise do INSS e o retorno da corrupção como tema político

A corrupção ressurge como pauta no governo Lula após escândalo no INSS; novas investigações e CPI estão em discussão.

Nos últimos tempos, o escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) trouxe à tona um tema que parecia adormecido no cenário político brasileiro: a corrupção. Os desvios, que começaram em 2019 e continuaram na gestão atual, fazem o governo Lula enfrentar uma pressão crescente para lidar com um assunto que, até pouco tempo atrás, não era considerado uma das principais preocupações dos brasileiros. A volta dessa pauta se intensifica à medida que uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) está sendo discutida em Brasília, prometendo mais um capítulo na história da corrupção no Brasil.

O impacto do escândalo do INSS na popularidade de Lula

A crise do INSS não apenas chamou a atenção da população, mas também impactou a tentativa de recuperação da popularidade do presidente Lula. Levantamentos internos do governo apontam que as revelações sobre cobranças irregulares minaram uma leve melhora nos índices de aprovação que Lula vinha registrando desde março deste ano. Mesmo diante da defesa de que o esquema de corrupção começou no governo anterior, o atual governo está sentindo o impacto político dessa nova onda de denúncias.

No passado, o tema da corrupção dominou os debates políticos, especialmente durante o auge da Lava-Jato. Em 2013, as menções à corrupção como o principal problema do país alcançaram 11%, e essa preocupação se manteve alta nos anos seguintes. Durante o segundo mandato de Dilma Rousseff e toda a gestão de Michel Temer, a menção à corrupção frequentemente ultrapassou os 20%. O ápice ocorreu em março de 2016, quando a corrupção foi citada como o problema mais significativo por 37% dos entrevistados, refletindo o impacto dos protestos e do impeachment de Dilma.

A CPI do INSS e suas possíveis consequências

A discussão sobre a criação de uma CPI para investigar os desvios no INSS não deve ser subestimada. O cientista político Antonio Lavareda, presidente de honra da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel), alerta que essa comissão pode acabar causando danos ao governo de forma similar ao que ocorreu com a CPI da Covid, que pesou sobre a administração de Jair Bolsonaro em 2021. A CPI serviria como um palco para manter o noticiário sobre o escândalo vivo, em um momento em que o governo busca ressaltar suas pautas positivas, como isenções fiscais e auxílios financeiros.

Além disso, a adesão de alguns parlamentares do governo ao pedido de formação da CPI, incluindo o senador petista Fabiano Contarato, indica um reconhecimento da gravidade do problema. O senador destacou a importância de investigar as raízes do esquema de corrupção, que remonta ao governo anterior e, segundo ele, foi desmantelado pelos órgãos de controle sob a atual gestão.

A repercussão do caso nas redes sociais

Um estudo da Quaest sobre a repercussão do caso INSS em redes sociais revela que o escândalo recebeu 2,6 vezes mais menções do que a crise do Pix, outra situação que abalou o governo no início de 2025. Durante a análise, foram mapeadas 3,6 milhões de mensagens, sendo que cerca de 50% delas criticavam o governo, enquanto apenas 3% defendiam sua atuação. Isso demonstra que o público está atento e preocupado com os desdobramentos relacionados ao INSS.

As pressões sobre o governo Lula, portanto, aumentam à medida que o debate sobre a corrupção se reinserir no cotidiano político. A exemplo do que ocorreu nas gestões passadas, o cenário atual pode transformar a corrupção em um tema central nas campanhas e debates, afetando não apenas a administração atual, mas também o futuro político do Brasil.

Em um momento de tentativa de recuperação de imagem e popularidade, a administração Lula precisará não apenas lidar com as consequências do escândalo do INSS, mas também retomar a confiança da população e enfrentar desafios significativos nesta nova fase de seu governo. A evolução dessa situação promete ser acompanhada de perto pelos eleitores e especialistas políticos.

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