O conclave da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já foi marcado. No dia 25 de maio, federações e clubes deverão se reunir no Rio de Janeiro, mais precisamente no Edifício que um dia já foi José Maria Marin, para eleger o novo presidente da entidade. O clima é de instabilidade após a aclamação de Ednaldo Rodrigues, que ocorreu apenas dois meses antes, em 24 de março, quando recebeu apoio unânime das 27 federações e dos 40 clubes das séries A e B.
A instabilidade na CBF
Após sua aclamação, Ednaldo Rodrigues afirmou: “Tentaram até um golpe! Mas resistimos e vencemos”. No entanto, logo ficou claro que a situação era mais complexa do que parecia. O ex-presidente, que desfrutava de uma aparente estabilidade, se viu em um cenário de incertezas. Informações de bastidores indicavam que sua coalizão começava a desmoronar, enquanto rumores de uma disputa se intensificavam.
Para tentar reverter essa situação, Ednaldo fez uma movimentação audaciosa: anunciou o renomado treinador Carlo Ancelotti como o novo técnico da seleção brasileira. A jogada parecia promissora para solidificar seu poder, mas não foi suficiente. O problema maior surgiu quando, na quinta-feira, o interventor Fernando Sarney assumiu, e Ednaldo foi alvo de um processo judicial que resultou na sua destituição.
Quem é Samir Xaud?
Com a saída de Ednaldo, a CBF entrou em um novo ciclo de poder. Fernando Sarney não somente assumiu o cargo como também garantiu que Ancelotti não seria desligado. Nos bastidores, já circulava o nome de Samir Xaud, que com apenas 41 anos possui um legado familiar significativo — é o herdeiro de José da Gama Xaud, também conhecido como Zeca Xaud, reconhecido no cenário do futebol nacional.
Zeca Xaud é uma figura de destaque no futebol de Roraima, tendo sido eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF) em 1975, retornando ao cargo em várias ocasiões. O filho, Samir, já desponta como seu provável sucessor, embora o cenário atual o coloque em um patamar muito maior. Com um perfil mais moderno e atuante nas redes sociais, Samir tenta se destacar em um cenário onde o futebol de Roraima é representado por um único time nas competições nacionais e ainda enfrenta desafios estruturais.
Desafios e oportunidades
Samir Xaud pode enfrentar concorrência nessa corrida pela presidência da CBF. Certa de que seus competidores também têm a intenção de apresentar novas propostas, a situação é volátil e pode mudar rapidamente. Enquanto isso, Ednaldo ainda tenta se agarrar ao poder apelando para o Supremo Tribunal Federal, mas as chances de sucesso parecem cada vez mais escassas. O que está em jogo é muito mais do que uma cadeira; é a própria estrutura do futebol no Brasil.
Desde 2012, a presidência da CBF já foi ocupada por figuras como Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Rogério Caboclo, todos enfrentando suas próprias crises e, muitas vezes, saindo chamuscados de suas gestões. Mesmo diante desse histórico conturbado, a presidência da CBF continua a ser almejada por muitos, o que levanta questões sobre a governança do futebol no país e o que leva figuras tão conturbadas a aspirar a esse cargo.
Com a aproximação do conclave, o futuro da CBF, e por extensão do futebol brasileiro, poderá ser radicalmente alterado, dependendo de quem assumir o cargo na cerimônia marcada para maio. O ambiente continua em ebulição, e até lá, muitas reviravoltas podem ocorrer.
