Brasil, 16 de maio de 2025
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Piracicaba registra aumento de acidentes com escorpiões em 2024

Piracicaba lidera em acidentes com animais peçonhentos em SP, com 1.834 casos em 2024; homens entre 20 e 39 anos são os mais afetados.

Piracicaba, no interior de São Paulo, encerrou o ano de 2024 com dados alarmantes sobre acidentes com animais peçonhentos, registrando 1.834 ocorrências. A maioria das notificações envolve escorpiões, e os homens na faixa etária de 20 a 39 anos estão entre os mais afetados. Esses dados fazem parte do painel de monitoramento lançado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na última quinta-feira (15).

A liderança de Piracicaba no cenário estadual

No ranking das cidades paulistas, Piracicaba ocupa a primeira posição, seguida de Ribeirão Preto, que teve 1.579 casos, e Campinas, com 1.326. Este aumento preocupante faz parte de um padrão que se intensificou ao longo da última década, com a cidade ultrapassando a marca de 2 mil notificações em quatro ocasiões, sendo uma delas em 2023. Até o momento, já foram registrados 615 acidentes em 2024, evidenciando a continuidade desse problema de saúde pública.

Dados preocupantes sobre escorpiões

Desde 2007, Piracicaba contabiliza 26,9 mil notificações de acidentes com animais peçonhentos. Desses, 17,2 mil, ou seja, 64%, envolvem picadas de escorpião. Esses dados indicam uma prevalência alarmante dos escorpiões na região, levando a Secretaria Municipal de Saúde a classificar Piracicaba como um local naturalmente endêmico para a ocorrência destes animais. Fatores como a geografia e o clima da cidade contribuem para essa situação crítica.

A bióloga Regina Lex Engel, responsável pelo setor de sinantrópicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), aponta que os escorpiões encontraram em redes de esgoto um habitat ideal, onde encontram alimento e ausência de predadores. “Dessa forma, sobrevivem e se reproduzem em locais onde têm fácil acesso aos imóveis por meio de ralos e sistemas de esgoto”, completa a especialista.

Quem são as vítimas

A análise dos dados revela que a faixa etária mais afetada por picadas de escorpião é a de 20 a 39 anos, e há uma predominância de homens entre as vítimas. Este cenário levanta questões sobre o comportamento e os ambientes frequentados por esse grupo, que podem gerar um maior risco de acidentes.

Casos trágicos

Um dos casos mais trágicos foi o de Jamily Vitória Duarte, uma menina de apenas 5 anos que faleceu em agosto de 2023 após ser picada por um escorpião. A situação levantou graves preocupações sobre o atendimento médico na cidade, com investigações em andamento sobre possíveis falhas no socorro à criança. Após a picada, a família levou Jamily até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vila Cristina, mas houve atrasos no fornecimento do soro antiescorpiônico, o que pode ter contribuído para o agravamento de seu estado de saúde.

Relatos de falhas no atendimento, incluindo a ausência de soro e problemas de desidratação que dificultaram o tratamento, foram levantados pela mãe da menina e estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. Essa tragédia ressalta a necessidade urgente de melhorias nos serviços de emergência e conscientização sobre os riscos de picadas de escorpião.

A resposta das autoridades

Após a morte de Jamily, as autoridades de Piracicaba se comprometeram a revisar os protocolos de atendimento em casos de picadas de escorpiões e a garantir que as unidades de saúde estejam preparadas para lidar com essas ocorrências. A Prefeitura declarou que o sistema de saúde deve ter um controle rigoroso sobre a disponibilidade de medicamentos essenciais, como o soro antiescorpiônico, e se mostrou aberta a apurações detalhadas para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.

Com o aumento no número de acidentes com escorpiões, é imperativo que a população esteja atenta e saiba como proceder em caso de picadas. Educação sobre os cuidados a serem tomados e a necessidade de buscar atendimento imediato são essenciais para proteger a saúde dos cidadãos. As autoridades, por sua vez, devem intensificar os esforços de prevenção e controle das populações de escorpiões em áreas urbanas.

Piracicaba enfrenta um desafio contínuo em relação a esses animais peçonhentos, e é crucial que a comunidade permaneça informada e atenta para prevenir novos casos. O diálogo entre população e autoridades é fundamental para mitigar os riscos e garantir a saúde pública.

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