Brasil, 14 de maio de 2025
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Waguinho aguarda decisão de Lula sobre presidência da PortosRio

Indicação de Waguinho para comandar a PortosRio gera polêmica e aguarda retorno de Lula do exterior para definição.

Após a polêmica indicação de Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo, para o comando da PortosRio, críticas surgiram no setor portuário e entre aliados do Palácio do Planalto. Ao aguardar o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente em missão na China, Waguinho está em Brasília realizando encontros com membros do governo federal. O encontro esperado entre Lula e Waguinho pode acontecer entre o fim desta semana e o início da próxima.

Expectativas em torno da nomeação de Waguinho

O presidente Lula deve decidir se mantém a indicação de Waguinho para a presidência da antiga Companhia Docas do Rio de Janeiro, que é a estatal responsável pela administração dos portos públicos federais do estado. Desde ontem, Waguinho se encontra na capital federal e tem tido uma intensa agenda de reuniões, em busca de apoio e definição sobre sua nova função.

A possível nomeação de Waguinho movimentou o setor portuário. Recentemente, a Associação Brasileira de Usuários de Portos, de Transportes e de Logística, uma entidade que representa empresas privadas do setor, enviou um ofício ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Nesta comunicação, a associação destacou a possibilidade de “ilegalidade” na nomeação, ressaltando a Lei das Estatais, que estabelece um período de quarentena de 36 meses para líderes partidários antes de assumirem cargos em empresas públicas. Desde 2023, Waguinho é presidente do diretório estadual do Republicanos.

A posição de Waguinho e articulações políticas

Waguinho, que tem um histórico como articulador político, se mostra tranquilo em relação às críticas. Ele afirmou que, em sua visão, nunca assumiu de forma definitiva a presidência do Republicanos no estado, mas sim de forma provisória. Caso surja um impedimento legal, aliados asseguram que ele poderá ser remanejado para outro cargo no governo federal, possivelmente em um escalão inferior.

Fontes internas indicam que a articulação para a nomeação de Waguinho partiu do próprio presidente Lula, com o apoio do ministro Silvio Costa Filho e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Essa indicação representa um reconhecimento de Lula a um de seus principais aliados na Baixada Fluminense, região onde enfrentou resistência nas eleições de 2022 e busca consolidar seu apoio visando as eleições de 2026. Espera-se que Waguinho incomode a reestruturação do Porto do Rio, um projeto que o governo vê como um cartão-postal de sua administração no estado.

Relação com o setor evangélico e possíveis críticas

Waguinho é um político filiado ao Republicanos e possui uma forte ligação com o segmento evangélico, esforço que também visa ampliar a base de apoio de Lula no Rio de Janeiro. Além disso, ele é casado com Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, que foi exonerada em 2023 após romper com o União Brasil. Entretanto, mesmo com o apoio do presidente, a nomeação de Waguinho causou desconforto em setores do PT, principalmente por sua proximidade com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Este é uma figura central no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Investigação em andamento e cargo estratégico

Waguinho e Cunha trabalharam juntos na liderança do diretório estadual do Republicanos até a semana passada, quando ambos foram destituídos por decisão da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus, ligada à fundação do partido. Aliados de Cunha veem a possível nomeação de Waguinho como “natural”, já que ele apoiou Lula nas eleições. No entanto, o apoio não foi respaldado por Cunha, que tem se posicionado contra o governo federal.

Um fator importante a ser considerado é que Waguinho está sendo investigado pela Polícia Federal desde fevereiro, em um inquérito que apura supostas fraudes na compra de livros didáticos durante sua gestão na Prefeitura de Belford Roxo. Enquanto as investigações ainda estão em curso, a situação já provoca desconforto em alguns setores do governo, preocupando os interessados no impacto político da nomeação.

A presidência da PortosRio é vista como uma posição estratégica no estado do Rio de Janeiro, com grande influência sobre importantes setores como logística, comércio exterior e infraestrutura. A escolha de Waguinho pode reforçar a estratégia do governo federal de ampliar alianças regionais, em meio às dificuldades em consolidar apoio partidário em nível nacional.

Em meio a essa articulação política e a expectativa sobre a decisão de Lula, o desfecho dessa situação poderá impactar significativamente tanto o setor portuário quanto a relação do governo federal com aliados e críticos no estado.

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