Após participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as apostas online, conhecido como a “CPI das Bets”, o influenciador digital Rico Melquiades voltou a fazer a promoção do “Jogo do Tigrinho” em suas redes sociais. Durante a audiência, realizada na última quarta-feira (14/5), Melquiades foi orientado por senadores a cessar a divulgação de casas de apostas, levando em consideração os possíveis danos aos seus seguidores.
Divulgação de apostas e impacto nas redes sociais
Logo após seu depoimento no Congresso Nacional, Rico Melquiades incentivou seus seguidores: “Bora, simbora, porque o tigrinho está soltando a carta”. Em outra postagem, o influenciador justificou sua atividade, afirmando que estava promovendo uma plataforma legalizada, conforme as normas vigentes no país.
“Só para lembrar vocês que eu sempre fiz as coisas dentro da lei. Eu estou divulgando a plataforma porque é uma lei. Então, se é uma lei, eu estou permitido pela lei”, disse Rico em suas declarações.
Em adição ao seu conteúdo promocional, Rico revelou que sua ausência constante nas redes sociais fosse consequência do nervosismo gerado pelo depoimento à CPI. Durante a audiência, os senadores sugeriram que ele jogasse ao vivo, e o influenciador acabou ganhando R$ 120 no “jogo do tigrinho”. Porém, após esse momento, ele optou por não continuar apostando, mencionando que estava visivelmente nervoso.
Repercussão na CPI das Bets
O depoimento de Melquiades aconteceu em um cenário amplo, onde ele teve a oportunidade de demonstrar aos parlamentares o resgatarem de seu prêmio e se defender em relação ao uso de contas demo. A interação entre Rico e os senadores foi marcada por um clima de pressão, onde o influenciador se viu no centro de intensas discussões sobre sua atuação nas plataformas de apostas.
Além dos conselhos para não promover apostas, o clima de tensão também ficou evidente após o influenciador reclamar de pressão durante o depoimento. Ele enfrentou conflitos ao interagir com os senadores, especialmente durante as perguntas sobre suas práticas e seu envolvimento em jogos considerados irregulares.
Consequências legais de seu envolvimento com apostas
Rico Melquiades depôs como testemunha, mas também possui a opção de permanecer em silêncio em questões que possam incriminá-lo, um direito que obteve através de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em janeiro deste ano, ele foi alvo da Operação Game Over 2, realizada pela Polícia Civil de Alagoas, cujo intuito era combater práticas ilegais de jogos online.
Após os acontecimentos da operação, Rico firmou um acordo de não persecução penal, reconhecendo as práticas ilícitas que havia cometido e garantindo sua colaboração com as investigações em andamento.
Atores e influências no mercado de apostas
Enquanto a CPI das Bets continua a levantar questões sobre a regulamentação e a legalidade das apostas online no Brasil, a presença de influenciadores como Rico Melquiades destaca a intersecção entre entretenimento, legalidade e responsabilidade social. O papel de influenciadores digitais na promoção de serviços de apostas traz à tona a necessidade de um debate mais amplo sobre as implicações sociais e legais dessas ações, especialmente considerando a influência que eles exercem sobre seus seguidores.
Como a situação se desenrola, é incerto como a continuidade do envolvimento de Melquiades com estas plataformas afetará sua carreira e a percepção pública em relação a sua imagem, enquanto os desdobramentos legais da CPI se desenvolvem. O debate sobre a regulamentação, ética e responsabilidade na promoção de apostas online deve permanecer em evidência nos próximos meses, à medida que mais influenciadores são chamados a responder por suas ações e por sua responsabilidade diante do público.
Diante de tudo isso, a questão que resta é: qual será o futuro de Rico Melquiades e de outros influenciadores à medida que as discussões sobre a regulamentação das apostas online ganham força no Brasil?