Brasil, 14 de maio de 2025
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Oposição mira CPMI para investigar fraudes no INSS

A oposição articula um plano para pressionar por uma CPI que investigue esquemas irregulares nas aposentadorias do INSS.

A oposição ao governo Lula está colocando em prática uma estratégia firme para garantir a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que visa investigar um esquema bilionário de descontos irregulares nas aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Este assunto já gerou controvérsias e tensões no cenário político, especialmente considerando que a criação deste grupo depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de Lula, mas também conhecido por seu apetite voraz por verbas e cargos públicos.

Estratégias da oposição para assegurar a CPMI

Segundo informações obtidas, os planos da oposição incluem constrangimentos públicos a parlamentares que decidirem retirar seu apoio à CPI, um encontro agendado com Alcolumbre para a próxima semana, além de uma busca intensiva por mais assinaturas, especialmente de senadores, com o objetivo de garantir uma maioria na casa a favor da investigação.

O pedido de CPMI já foi protocolado, contando com o apoio de 223 deputados e 36 senadores, muito além do número necessário de assinaturas, que é de 171 deputados e 27 senadores, equivalente a um terço da Câmara e do Senado. Essa ampla adesão evidência a gravidade das denúncias que cercam a questão das aposentadorias.

A busca por apoio e a resistência da base aliada

Mesmo com o número expressivo de assinaturas, a oposição, liderada pela senadora Damares Alves, do Republicanos-DF, tem como meta angariar o apoio de pelo menos mais cinco colegas senadores, o que conferiria um peso simbólico significativo ao requerimento. Para tanto, a prioridade nos próximos dias é atrair parlamentares independentes, que não estão alinhados nem com a base do governo Lula nem com a base bolsonarista.

Os apoiadores da CPMI também planejam expor publicamente e criticar os senadores que eventualmente desistirem de apoiar a investigação. “Vai pegar muito mal para quem desistir”, comentou uma fonte próxima à oposição, que já antecipa o discurso que será utilizado para pressionar os parlamentares: “Quem mudar de opinião vai precisar se explicar ao povo brasileiro”, declarou.

Desdobramentos e possíveis implicações políticas

A oposição não se limitou ao protocolo do pedido de CPMI; eles também pretendem se reunir com Alcolumbre na próxima semana para entregar um ofício reforçando a solicitação. Contudo, a instalação da comissão ainda depende que o presidente do Senado leia o requerimento em plenário. Sem esse passo, a CPI não poderá avançar. Durante os últimos dias, Alcolumbre esteve ausente, acompanhando Lula em uma visita oficial à China, o que cumpre um papel no esvaziamento das atividades no Senado.

Se Alcolumbre continuar a postergar a abertura da comissão, não está descartada a possibilidade de a oposição buscar apoio no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que a CPMI seja instalada. Aliados de Damares relembram que, em situação similar, um pedido similar foi acatado no governo Bolsonaro, quando o STF determinou a instalação da CPI da Covid, que trouxe à luz detalhes sobre a gestão desastrosa da pandemia pelo então governo.

No histórico do Senado, a oposição tem mostrado sua força ao frequentemente usar CPIs como ferramenta para auditoria e cobrança em relação a gestões governamentais. Embora a situação atual seja inversa – com a oposição de direita se unindo em torno desta comissão – a estratégia eficaz do passado pode se repetir com novos protagonistas e novas implicações.

O papel do governo e a pressão sobre a base aliada

Conforme noticiado, metade das assinaturas em apoio à CPMI são de parlamentares que fazem parte da base governista de Lula. Essa situação levanta questões sobre a estabilidade da base aliada em meio a pressões externas que podem gerar divisão nas fileiras governamentais. O cenário é delicado, e a capacidade do governo de manter uma unidade forte contra a oposição pode ser testada nos próximos dias.

Em suma, as manobras políticas em torno da CPMI do INSS ilustram a continuidade da luta pelo poder no Senado brasileiro. A proposta da comissão se apresenta não apenas como uma busca por justiça no contexto das fraudes no INSS, mas também como uma maneira da oposição se afirmar em um governo que, até agora, tem se mostrado resistente às críticas.

Com o cenário em constante evolução, as próximas semanas serão cruciais para determinar se a oposição conseguirá efetivamente instalar a CPMI e quais as repercussões disso na dinâmica política atual.

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