O Mundial de Clubes da Fifa, que começa em exatamente um mês, a partir de 14 de junho, nos Estados Unidos, promete ser um evento mais global do que a tradicional Copa do Mundo. Desde 1998, a Copa do Mundo de seleções conta com 32 participantes, que aumentarão para 48 em 2026. Porém, segundo levantamento realizado pelo GLOBO, o novo campeonato da Fifa reunirá jogadores de até 80 países, estabelecendo um recorde histórico em diversidade de nacionalidades em um torneio de futebol — superando apenas os Jogos Olímpicos, entre os grandes eventos esportivos.
A diversidade no torneio de clubes
Ao contrário do torneio de seleções, que limita os jogadores a seus países de origem, no Mundial de Clubes cada equipe pode ter jogadores de diversas nacionalidades, com limites que variam de acordo com as regras de cada país. A competição contará com 32 equipes provenientes de cinco continentes e 20 países diferentes. Todos os clubes participantes terão pelo menos um atleta estrangeiro. A diversidade é tão significativa que, logo na primeira edição, o evento terá representantes de 80 nações — o mesmo número de seleções que disputaram Copas do Mundo desde 1930, ano de sua primeira edição.
Das dez nações da Conmebol, nove estarão representadas no Mundial, com a Bolívia sendo a única ausência até o momento. Isso ressalta a importância da América do Sul, que, segundo Gianni Infantino, presidente da Fifa, é a confederação que mais enviará atletas ao torneio, totalizando 312 jogadores.
— Nenhuma outra confederação coloca tantos jogadores no Mundial de Clubes quanto a América do Sul. Serão 312 atletas, de nove países diferentes, em equipes de cinco continentes — celebrou Infantino.
É fundamental ressaltar que o levantamento é uma estimativa, pois os clubes já enviaram uma pré-lista com 50 nomes, e ainda há a possibilidade de inscrever reforços durante uma janela de transferência especial para o torneio. Cada clube deve apresentar uma lista definitiva com 35 jogadores até o dia 10 de junho, mas somente 26 podem ser relacionados para cada partida. Portanto, a projeção do número de 80 nacionalidades se baseia nos elencos atuais das equipes.
Brasil lidera em número de jogadores
Com um total de 1.120 atletas inscritos — um marco na história das competições da Fifa —, a expectativa é que o Brasil seja a nação com o maior número de participantes no torneio. Isso se deve não apenas ao fato de o país ter o maior número de clubes classificados — Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras —, mas também porque outras 20 equipes estrangeiras possuem jogadores brasileiros em seus elencos.
No total, estima-se que o Brasil terá entre 135 e 160 jogadores no Mundial, representando cerca de 14% do total de atletas. As estrelas brasileiras vão desde Vinicius Júnior, do Real Madrid, até Yago Caju, atacante carioca do Ulsan, da Coreia do Sul, somando 37 brasileiros atuando no exterior que representarão seus clubes na competição.
— É um sentimento muito especial poder jogar contra uma equipe do Brasil no Mundial de Clubes, onde o povo brasileiro vai estar assistindo. É muito gratificante para mim poder representar a Tunísia — avalia Yan Sasse, brasileiro do Espérance, primeiro adversário do Flamengo na competição.
Mesmo países com restrições, como a Rússia, que foi banida do futebol de seleções pela guerra na Ucrânia, conseguirão estar representados, através do Seattle Sounders, adversário do Botafogo na estreia. Há também jogadores ucranianos, palestinos e israelenses inscritos, além de representantes de nações que nunca participaram de uma Copa do Mundo, como Tanzânia, Martinica e Luxemburgo.
A partir de amanhã, o site do GLOBO iniciará uma série especial chamada “Ele Vai”, com publicações diárias em contagem regressiva para o Mundial, revelando detalhes sobre um dos 1.120 jogadores que participarão do torneio.