Brasil, 14 de maio de 2025
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Justiça blocos R$ 200 milhões em bens de Crivella e ex-gestores

Decisão do TJRJ se baseia em acusações de contratos fraudulentos durante a pandemia de Covid-19.

Uma decisão recente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou o bloqueio de até R$ 200 milhões em bens do ex-prefeito e atual deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), assim como de ex-integrantes de sua gestão e de empresários envolvidos. A medida se relaciona a contratos fraudulentos estabelecidos durante a pandemia de Covid-19, levantando questões sérias sobre a administração pública no estado.

Investigações e medidas tomadas pelo MPRJ

A decisão judicial foi motivada por um pedido do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), que apontou evidências de improbidade administrativa em contratos firmados com a China Meheco Corporation, uma empresa chinesa que teria sido favorecida em processos licitatórios durante a crise sanitária. Entre os nomes afetados pelo bloqueio estão a ex-secretária municipal de Saúde Ana Beatriz Busch Araújo e o ex-subsecretário Ivo Remuszka Júnior, além de vários empresários.

Conforme as investigações do MPRJ, os contratos em questão resultaram em um prejuízo estimado de R$ 68 milhões aos cofres públicos. Esse valor seria proveniente da compra de equipamentos médicos realizados em quantidades acima da demanda, perdas geradas por variações cambiais e sobrepreços em aquisições emergenciais.

Impacto da decisão e dos contratos fraudulentos

A ordem de bloqueio também se estende a indivíduos como Bruno Cavalcanti e Bing Changbao, além de empresas associadas que foram convocadas a responder por suas ações. A Z FU Consultoria Empresarial, por exemplo, está sujeita a um bloqueio de R$ 36,9 milhões por réu, enquanto a China Meheco Corporation poderá ser responsabilizada por R$ 50,5 milhões, além de outras empresas que representam somas consideráveis.

Os promotores afirmam que a Z FU recebeu comissões da fornecedora chinesa pouco antes da formalização dos contratos, levantando suspeitas de que esses pagamentos eram, na verdade, repasses de propina em troca de um tratamento favorável nas negociações com a prefeitura. Bruno Cavalcanti, conforme os indícios do MPRJ, também atuou como arrecadador de caixa dois na campanha eleitoral de Crivella em 2016, o que aumenta ainda mais a complexidade legal do caso.

As alegações e a legislação em foco

O Ministério Público moveu ações nas 3ª e 8ª Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Capital, solicitando a condenação dos réus com base na Lei de Improbidade Administrativa. A defesa dos interesses públicos será feita através de pedidos de ressarcimento para recuperar os valores devidos aos cofres do município.

As empresas e empresários envolvidos também são alvo da Lei Anticorrupção, que complementa as acusações de improbidade, buscando garantir que práticas corruptas não sejam toleradas. O caso compõe um cenário mais amplo de fiscalização e combate à corrupção em níveis maiores de governança.

O futuro processual e as reações

À medida que as investigações avançam, o Metrópoles busca continuamente contato com o deputado Crivella para obter mais esclarecimentos sobre as acusações e sobre a validação dos processos em questão. Enquanto isso, as repercussões dessa decisão judicial continuam a ressoar na esfera política e social do estado, alimentando debates sobre a responsabilidade administrativa e a transparência governamental em tempos de crise.

A imposição da justiça, nesse contexto, revela não apenas a intenção do Estado em combater a corrupção, mas também serve como um alerta para futuras gestões públicas. A sociedade observa atentamente os desdobramentos desse caso emblemático, que poderá influenciar a confiança dos cidadãos nas instituições e na política.

Com a sequência das investigações e o desenrolar do processo, muitos aguardam para ver como o cenário político no Rio de Janeiro se definirá, e quais repercussões essa decisão terá no futuro de Crivella e de outros envolvidos nas alegações de corrupção de alto nível.

Este caso é um exemplo claro da importância da responsabilidade e da ética na administração pública, temática cada vez mais discutida e necessária em uma sociedade que clama por justiça e transparência.

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