Na última segunda-feira (12), a trágica morte de Mayara dos Santos, de 24 anos, durante um treino de musculação em uma academia de Bocaina, São Paulo, gerou consternação e chamou atenção para a necessidade de um suporte médico adequado em situações de emergência. Mayara, que havia tratado um quadro de tromboembolismo pulmonar (TEP), estava em processo de retorno às atividades físicas após superar problemas de saúde anteriores.
A saúde de Mayara e os últimos treinos
Com o histórico de saúde delicado, Mayara tinha completado um tratamento para TEP no ano passado e, segundo sua mãe, Ana Cláudia Marrega, ela havia retornado à academia há apenas um mês. O acompanhamento médico era parte de sua rotina, e ela fazia uso controlado de bisoprolol, um medicamento utilizado para tratar insuficiência cardíaca.
Empolgada com a volta aos treinos, Mayara começou a treinar em um horário fixo, mas sua mãe relata que antes do mal súbito, ela havia utilizado um estimulante pré-treino. “Ela tomou um pré-treino antes de treinar, mas não sei informar a marca ou o tipo”, contou Ana Cláudia. A jovem começou a passar mal no meio do treino, e, conforme o boletim de ocorrência, uma ambulância foi chamada para prestar socorro, mas chegou ao local apenas com um motorista-socorrista.
Denúncia de omissão de socorro
A situação alarmante levou Ana Cláudia a denunciar uma possível omissão de socorro por parte da Prefeitura de Bocaina. Em sua conta, ela afirmou que a ambulância que buscou sua filha não tinha equipe médica especializada, apenas o motorista. “Buscaram ela em transporte simples. Só foi o motorista. Isso foi omissão. Bocaina não tem suporte”, desabafou ao g1. Apesar de ter tentado registrar um boletim de ocorrência sobre a omissão, ela foi informada de que não poderia fazê-lo e deveria entrar em contato com a prefeitura.
A reportagem do g1 tentou entrar em contato com a Prefeitura para esclarecer as denúncias, mas não obteve resposta até a atualização da notícia.
Comoção pela morte de Mayara
A morte de Mayara gerou grande repercussão entre familiares, amigos e a comunidade de Bocaina. A academia onde ela treinava se pronunciou nas redes sociais manifestando luto e solidariedade à família: “Meus sentimentos a todos os familiares. Que Deus os conforte nesse momento tão triste e doloroso”. Além disso, a Banda Marcial Municipal de Bocaina, onde Mayara foi integrante, também lamentou a perda e relembrou sua participação e trajetória no grupo.
Consumo de suplementos pré-treino
O uso de suplementos pré-treino tem se tornado uma prática comum entre os frequentadores de academias. Esses produtos, geralmente à base de estimulantes, prometem aumentar o desempenho físico, mas seu uso inadequado pode trazer sérias consequências para a saúde, especialmente em pessoas com condições médicas preexistentes. A situação de Mayara levanta questões importantes sobre a necessidade de uma avaliação médica antes de retomar a prática de atividades físicas e o uso de substâncias que podem interferir na saúde.
As causas da morte de Mayara estão sendo investigadas pela polícia, que registrou o caso como morte suspeita na Central de Polícia Judiciária de Jaú. O corpo da jovem foi sepultado no Cemitério Municipal de Bocaina na tarde de terça-feira (13), deixando um sentimento de perda profunda na comunidade local.
Em meio à tristeza e à comoção, a história de Mayara ressalta a importância de uma abordagem consciente e cuidadosa em relação à saúde e aos limites do corpo durante atividades físicas, além de enfatizar a necessidade de suporte adequado em situações de emergência em estabelecimentos que reúnem práticas de alta intensidade.
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