O Santuário Cristo Redentor, um dos mais emblemáticos patrimônios do Brasil e reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO, firmou um acordo de colaboração com a Rio Book e a Green Initiative para dar início ao processo de certificação climática do famoso monumento. Gerido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, o projeto visa integrar práticas sustentáveis no modelo de gestão do Cristo Redentor, que se aproxima de seu centenário em 2031.
Iniciativas de Sustentabilidade no Cristo Redentor
De acordo com os responsáveis pelo acordo, essa colaboração culminará em um processo abrangente de certificação climática. O foco será a avaliação e mitigação da pegada de carbono do monumento, com diretrizes alinhadas aos mais altos padrões internacionais. Entre as ações planejadas, destacam-se:
- A medição e análise completas do balanço de emissões de gases de efeito estufa associados às operações do local;
- A identificação e reforço de esforços de mitigação já existentes;
- A exploração de novas oportunidades para captura de carbono e eficiência de recursos;
- O desenvolvimento de um Plano de Ação Climática para o período de 2025 a 2030, com diretrizes para investimentos estratégicos e melhorias operacionais.
Esta iniciativa é inspirada pelos avanços que têm sido promovidos em Machu Picchu, no Peru, e está alinhada aos esforços da ONU Turismo para disseminar as melhores práticas no setor.
A importância do processo de certificação
O Padre Omar, reitor do Santuário Cristo Redentor, destacou a importância dessa ação diante do papel do monumento como símbolo universal de acolhimento e inclusão. “Estamos consolidando nosso compromisso com a sustentabilidade climática na gestão das atividades do Cristo. Com planejamento estratégico, buscamos integrar as melhores práticas ambientais, posicionando nosso monumento como um agente comunicador da necessidade de um cuidado holístico com a nossa Casa Comum”, afirmou.
Visão do turismo sustentável
Gustavo Santos, Diretor da ONU Turismo para as Américas, também enfatizou a relevância da certificação climática. Ele observou que “o desenvolvimento do turismo e a descarbonização podem — e devem — caminhar juntos”. Santos acredita que a iniciativa do Cristo Redentor poderá inspirar outros destinos turísticos em todo o mundo.
Um passo rumo à COP30
O acordo crucial foi assinado no dia 24 de maio em Belém do Pará, em um evento que reforçou parcerias com o governo local para avançar nas agendas de clima e sustentabilidade, visando a COP30, que ocorre pela primeira vez na região amazônica entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Já consolidando uma agenda de sustentabilidade ambiental, o Santuário tem trabalhado em parceria com o Instituto Redemptor e a Obra Social Leste Um, formando o Consórcio Cristo Sustentável. Com o novo processo de certificação, o Santuário almeja se alinhar à Declaração de Glasgow sobre Ação Climática no Turismo, que convoca o setor a cortar pela metade suas emissões até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2050.
O futuro do turismo e a preservação do patrimônio
Em um momento crítico para as discussões sobre mudanças climáticas, a iniciativa do Santuário Cristo Redentor se destaca como um modelo a ser seguido por outros Patrimônios Mundiais da UNESCO. Ao adotar um conjunto de ações que vai desde a medição das emissões até a promoção de investimentos sustentáveis, o monumento se posiciona como um exemplo de como turismo e preservação do patrimônio cultural podem ser pilares do desenvolvimento sustentável.
A adoção dessas práticas não apenas contribuirá para a redução das emissões de carbono, mas também ajudará a promover a conscientização sobre a importância da conservação e a urgência da ação climática, aproveitando a visibilidade que o Cristo Redentor tem em todo o mundo.
À medida que o Brasil se prepara para sediar a COP30, a esperança é que essa iniciativa inspire transformações não apenas localmente, mas globalmente, na busca por um desenvolvimento mais sustentável e consciente. O Cristo Redentor, agora mais comprometido com a causas ambientais, mostra que é possível unir turismo, cultura e preservação ambiental em um só lugar.
Com esses passos, o Santuário reforça seu papel não apenas como um destino turístico, mas como um agente ativo nas discussões globais sobre sustentabilidade e cuidado ambiental.
