Na madrugada desta terça-feira (13), uma grande operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) resultou na morte do traficante Thiago da Silva Folly, conhecido como TH. O criminoso, que tinha 36 anos, era um dos principais líderes do tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e era considerado um dos homens mais procurados na região. Sua morte representa um golpe significativo para a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), a qual liderava em 11 das 16 comunidades do complexo.
A operação que levou à morte de TH
O Bope, que já apresentava informações privilegiadas sobre a localização de TH, conseguiu localizá-lo em um “bunker” no Morro do Timbau, parte da comunidade dominada pelo TCP. De acordo com a polícia, TH havia realizado uma tatuagem horas antes da invasão, o que sugere que ele estava ciente do cerco policial que se aproximava. Durante o confronto, o traficante e dois de seus seguranças foram mortos.
Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, declarou: “A operação foi um sucesso. Ela foi pautada por inteligência.” Essa missão bem-sucedida aconteceu após a morte de dois policiais do Bope em julho de 2024, o que aumentou a pressão sobre a polícia para capturar os líderes do tráfico na região.
O impacto da morte de TH no tráfico da Maré
TH era conhecido por expandir seus negócios para além do tráfico de drogas, incluindo a gestão de imóveis e comércio durante os bailes funk que acontecem semanalmente na comunidade. Informações apontam que os moradores eram obrigados a pagar altas quantias para comprar ou vender imóveis, além de serem obrigados a vender apenas produtos definidos pelo tráfico durante os bailes.
Seu controle sobre a Maré era tão forte que, segundo as investigações, ele estava um passo à frente das ações policiais e tinha anotações criminais que totalizavam 227 registros e 17 mandados de prisão em aberto desde 2016. Para a polícia, sua morte representa uma oportunidade para desarticular a liderança do TCP, mas a continuidade do tráfico na região ainda é uma grande preocupação.
O futuro do tráfico na comunidade
Com a morte de TH, a ascensão de seu colega Bill, também conhecido como Mangolê ou César, é quase certa. A expectativa é que ele assuma o comando das atividades do TCP na Maré, enquanto outro traficante conhecido como Cria volte suas atenções para a atuação nos roubos de carga e clonagem de veículos. Assim, o ciclo de sucessão do tráfico parece continuar, apesar das constantes ações policiais.
Uma ficha criminal extensa
Além da liderança no tráfico de drogas, TH também tinha um histórico extenso de crimes, incluindo roubo de veículos e cargas. Ele foi denunciado por envolvimento em assassinatos de policiais e militares, como o cabo do Exército Michel Augusto Mikami em 2014, e o soldado da Força Nacional Hélio Andrade, que foi morto em 2016.
As declarações do coronel Uirá Ferreira, subsecretário de inteligência da Polícia Militar, ressaltam a relevância do Complexo da Maré para as operações do TCP. “O TH tinha uma questão: roubo de cargas. Ele liderava esse crime. A Maré é importante pela sua complexidade e o tamanho da população”, afirmou Ferreira.
A continuação do tráfico de drogas e contrabando na Maré é um desafio que ainda precisa ser enfrentado pelas autoridades. A morte de TH pode ter criado um vazio na liderança do tráfico, mas a guerra contra as facções criminosas no Rio de Janeiro está longe de acabar. A polícia continuará a intensificar suas operações enquanto a sociedade espera por um futuro com menos violência e mais segurança.
Para acompanhar mais sobre esse caso e outras atualizações, acesse a [notícia completa](https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/14/th-morto-em-acao-na-mare-era-responsavel-por-loteamento-de-areas-e-da-organizacao-de-bailes-em-comunidades-da-regiao.ghtml) no G1.