O cardeal D. Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, trouxe à tona informações sobre o Conclave que resultou na eleição do novo líder da Igreja Católica, o Papa Leão XIV, anteriormente conhecido como Robert Prevost. Esta foi a primeira vez que o religioso brasileiro participou de um processo tão significativo, e suas revelações oferecem um vislumbre sobre os bastidores desse evento marcante.
O segredo por trás do Conclave
A eleição papal é um dos procedimentos mais reservados da Igreja Católica, exigindo um sigilo absoluto por parte de todos os cardeais envolvidos. O descumprimento dessa regra pode resultar em excomunhão direta. D. Orani esclareceu que todos os participantes do Conclave fazem um juramento de segredo, o que garante que a dinâmica interna do processo eleitoral permaneça protegida das influências externas.
Além do juramento, as restrições se estendem ao uso de dispositivos com acesso à internet. Todos os cardeais foram obrigados a entregar seus celulares e smartwatches, o que ocasionou situações inusitadas. “Tinha cardeal sem relógio ou celular para poder saber que horas levantar (da cama) ou almoçar. Muita gente saiu para procurar relógio analógico ou despertador”, contou o arcebispo.
A influência do Espírito Santo nas escolhas
Em meio à conversa sobre as circunstâncias do Conclave, D. Orani também falou sobre as motivações que guiavam os votos dos cardeais. Ele negou a existência de qualquer conchavo político, enfatizando que “é a ação do Espírito Santo que vai conduzindo a Igreja”. Essa crença foi amplamente refletida na aceitação positiva que o Papa Leão XIV recebeu ao assumir o papado.
Expectativas para uma visita ao Brasil
Um dos tópicos que mais despertou a atenção dos fiéis brasileiros foi a possibilidade de uma visita do novo Papa ao Brasil. D. Orani, em suas declarações, explicou que, por ora, as perspectivas não são animadoras, com o novo líder religioso já comprometido com a agenda estipulada por seu antecessor, Papa Francisco.
A maior chance de visita seria durante a COP 30, uma conferência sobre mudanças climáticas prevista para novembro em Belém, no Pará. A probabilidade de uma parada no Rio de Janeiro, onde D. Orani atua, é considerada menor.
O cardeal chegou a considerar a possibilidade de que o Papa pudesse marcar presença nas comemorações de 450 anos da Arquidiocese do Rio, entre julho de 2025 e novembro de 2026. No entanto, ele não garantiu que tal celebração seria motivo suficiente para a visita papal à cidade.
Um momento histórico para a Igreja
A participação de um cardeal brasileiro em um Conclave representa um marco significativo para a Igreja no Brasil. D. Orani, como arcebispo de uma das dioceses mais representativas do país, detém um papel crucial na condução das discussões e decisões que impactam a vida religiosa no Brasil e no mundo.
Esta eleição papal, marcada por uma maior abertura e diálogo, reflete também um novo tempo para a Igreja Católica, que busca se adaptar às demandas contemporâneas da sociedade. A aceitação do Papa Leão XIV até o momento demonstra que mudanças podem ser bem-vindas, tanto para os fiéis quanto para a instituição.
À medida que o novo Papa inicia seu pontificado, a expectativa é que ele continue a promover uma Igreja inclusiva e aberta, mantendo o legado de seu predecessor e ao mesmo tempo buscando novas maneiras de se conectar com os jovens e com as comunidades em todo o mundo.
Com informações enriquecedoras e um olhar atencioso sobre o futuro, D. Orani Tempesta não apenas contribui para a narrativa do Conclave, mas também para a construção de uma Igreja mais próxima de seus fiéis.