Na manhã desta terça-feira, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) gerou alvoroço ao pedir que a influenciadora digital Virgínia Fonseca gravasse uma mensagem especial para sua família durante sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets. O episódio, que chamou a atenção da mídia e das redes sociais, ilustra como as fronteiras entre política e entretenimento estão cada vez mais tênues no Brasil.
Um pedido inusitado na CPI
Enquanto Virgínia prestava depoimento, o senador fez um pedido inesperado, pedindo que ela mandasse um abraço a sua esposa Amanda e à filha Laisa. A influenciadora, por sua vez, atendeu prontamente ao pedido do parlamentar, dizendo: “Amanda e Laisa, obrigada pelo carinho.”
O ato rapidamente tomou conta das redes sociais, com internautas comentando e criando memes sobre a situação. Essa intercessão entre um político e uma figura pública do entretenimento fez o senador receber críticas e aplausos em igual proporção.
A reação das autoridades
Cleitinho, durante a sua fala, lançou uma crítica diretamente ao Congresso Nacional, afirmando que a casa “não tem moral” para julgar a influenciadora. Ele destacou que Virgínia é uma fonte de riqueza, enquanto os parlamentares trazem despesas para a população. “A Virgínia gera emprego, ela traz riqueza”, declarando seu apoio à popularidade e empreendimento de Virgínia.
Além disso, o senador se confessou fã dos produtos promovidos pela influenciadora. No entanto, usou a oportunidade para pedir que ela reconsiderasse a divulgação de aplicativos de apostas, sugerindo que ela se concentrasse em produtos que promovam um estilo de vida saudável. “Você não precisa mais disso. Acaba com isso”, solicitou Cleitinho, apelando para seu lado cristão e enfatizando o potencial positivo que Virgínia pode trazer ao público.
Virgínia Fonseca e a CPI das Bets
A convocação de Virgínia para a CPI se deu em virtude de sua popularidade nas redes sociais e da promoção de aplicativos de apostas. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da comissão, argumentou que, dada a influência da influenciadora, era essencial entender as implicações éticas e legais de sua atuação midiática.
Esse episódio acendeu um debate sobre o papel das redes sociais na promoção de produtos e serviços, especialmente quando se trata de apostas. A popularidade de Virgínia também levanta questões sobre a responsabilidade dos influenciadores digitais em relação ao conteúdo que promovem e seu impacto nas audiências, especialmente os mais jovens.
Críticas à atitude do senador
Alguns membros do legislativo e internautas não hesitaram em criticar a atitude de Cleitinho. A deputada estadual de Minas Gerais, Lohanna França (PV), se manifestou nas redes sociais, apontando que “o Brasil virou um circo” e que os cidadãos estão se tornando a plateia dessa pantomima. Essa crítica reflete uma insatisfação crescente entre algumas figuras políticas que consideram que a seriedade do legislativo está sendo comprometida por atos considerados desconexos da função pública.
Assim, a interação entre um senador e uma influenciadora em um ambiente tipicamente sério como uma CPI levanta questionamentos sobre a ética, a responsabilidade e os limites da política no Brasil contemporâneo. Além disso, o ocorrido realça a importância do comportamento das figuras públicas e dos agentes políticos na construção da opinião pública, especialmente em tempos de crescente desconfiança nas instituições.
Conforme a CPI das Bets segue com suas investigações, o pedido de Cleitinho nos lembra que a convergência entre entretenimento e política pode resultar em resultado inesperados, e continuará a mobilizar a atenção do público e dos meios de comunicação em todo o país.
