Brasil, 13 de maio de 2025
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Lula nomeia ex-prefeito Waguinho para comandar a PortosRio

A nomeação de Wagner Carneiro é vista como uma retribuição política em meio a tensões dentro do PT e investigações em curso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nomear o ex-prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, mais conhecido como Waguinho, para o comando da PortosRio, a antiga Companhia Docas do Rio de Janeiro, estatal responsável pela administração dos portos públicos federais no estado. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada por articulares ao GLOBO.

A nomeação em meio a um contexto político tenso

A nomeação de Waguinho é vista como um gesto de retribuição a um dos principais aliados do presidente na Baixada Fluminense, uma região onde Lula enfrentou resistências eleitorais significativas em 2022 e busca consolidar apoio político em vista da reeleição em 2024.

Waguinho, filiado ao Republicanos, é conhecido por suas conexões com o núcleo evangélico e por sua atuação significativa na ampliação da base de apoio de Lula no estado do Rio de Janeiro. Ele é casado com a ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que foi exonerada após o rompimento de Waguinho com o União Brasil. Essa proximidade poder dar ao governo uma nova perspectiva de apoio na região, mas também traz à tona críticas e descontentamentos.

Desafios e críticas na base aliada

Ainda que conte com o respaldo direto de Lula, a iminente nomeação de Waguinho gerou desconforto entre integrantes do PT. A principal crítica diz respeito à sua proximidade com Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e figura central no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Esse vínculo é um fator sensível, considerando o contexto político conturbado e as consequências daquela fase na política brasileira.

Waguinho e Cunha atuaram juntos no comando do diretório estadual do Republicanos até a destituição recente por decisão da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem manifestado desconforto com a predominância política em detrimento da influência religiosa do partido. Esse movimento pode complicar a imagem de Waguinho entre os correligionários e os eleitores da Baixada Fluminense.

O aspecto investigativo e as implicações para a gestão

Além das tensões políticas, existem também as investigações conduzidas pela Polícia Federal que pesam contra Waguinho. Em fevereiro deste ano, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão em um inquérito que investiga fraudes na aquisição de livros didáticos durante sua gestão como prefeito de Belford Roxo. Essas investigações ainda estão em andamento, mas já levantam questionamentos sobre a integridade da gestão e colocam em dúvida a eficácia das alianças políticas do governo.

A presidência da PortosRio é considerada um cargo estratégico dentro da estrutura federal do estado, com influência direta sobre setores econômicos relevantes, como logística, comércio exterior e infraestrutura. A nomeação de Waguinho representa uma tentativa do governo de fortalecer alianças regionais, especialmente em um momento em que enfrenta dificuldades na articulação política ao nível nacional.

Expectativas futuras e a formalização da nomeação

A expectativa é de que a nomeação de Wagner Carneiro seja formalizada nos próximos dias no Diário Oficial da União, mas os desdobramentos dessa escolha e suas repercussões no cenário político ainda são incertos. Os próximos passos do governo e a reação da base aliada serão cruciais para determinar se essa nova aliança trará benefícios ou desafios adicionais à gestão de Lula.

Com a vista à reeleição e a necessidade de fortalecer a base de apoio, a nomeação de Waguinho poderá ser vista tanto como uma manobra estratégica quanto uma fonte de novas tensões dentro do partido e na política do estado. Os próximos capitulos dessa narrativa ainda estão por vir.

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