No dia 13 de maio de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, onde reafirmou a necessidade de estreitar a relação entre o Brasil e a China. Durante seu discurso, Lula ressaltou que a comunicação entre os dois países “nunca foi tão necessária” e expressou sua preocupação com a atual ordem internacional, cada vez mais instável e fragmentada.
A importância da relação Brasil-China
Lula comentou que a tensão entre potências globais, especialmente entre os Estados Unidos e a China, destaca a relevância das vozes do Brasil e da China no combate ao unilateralismo e ao protecionismo. “Guerras comerciais não têm vencedores”, afirmou. “Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países.” O discurso lembrou que tanto Ele quanto Xi Jinping defendem um comércio justo, baseado nas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O contexto do encontro é marcado por uma recente trégua de 90 dias na guerra comercial entre os EUA e a China, o que pode influenciar as negociações que o Brasil busca em relação às tarifas aplicadas por Trump às exportações brasileiras de aço e alumínio. “Não é exagero dizer que, apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos”, afirmou Lula, referindo-se à proximidade crescente entre Brasil e China.
Críticas às guerras
No mesmo discurso, Lula reiterou suas críticas não apenas às guerras comerciais, mas também aos conflitos armados, como aqueles em Gaza e na Ucrânia. Ele enfatizou que “superar a insensatez dos conflitos armados é uma precondição para o desenvolvimento.” O presidente afirmou que a China e o Brasil estão unidos na busca de uma resolução política para a crise na Ucrânia e no apoio a um Estado da Palestina independente e viável, que conviva em paz com Israel.
Acordos comerciais importantes
Com a visita a Pequim, o Brasil e a China assinaram 20 protocolos e memorandos nas áreas de agricultura, ciência e tecnologia e estratégia aeroespacial. Além disso, foi anunciado um investimento significativo de R$ 27 bilhões oriundos da China em vários setores no Brasil. Esses investimentos incluem:
- R$ 6 bilhões da GAC, que visa expandir suas operações no Brasil;
- R$ 5 bilhões da Meituan, que pretende atuar no Brasil com a plataforma “Keeta”;
- R$ 3 bilhões da CGN para um hub de energia renovável no Piauí;
- R$ 5 bilhões da Envision para um parque industrial “net-zero”;
- R$ 3,2 bilhões da Mixue, que vai iniciar operações no Brasil;
- R$ 2,4 bilhões do grupo minerador Baiyin Nonferrous para aquisição de mina em Alagoas.
Além disso, houve também acordos de promoção de produtos brasileiros na China, abrangendo áreas como café e cinema.
Fortalecimento das relações comerciais
A visita de Lula à China foi concebida para fortalecer o relacionamento comercial, sendo a China o principal parceiro do Brasil neste âmbito. O governo brasileiro acredita que existem oportunidades significativas para o aumento das exportações para o país asiático. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil) identificou cerca de 400 oportunidades de negócios, especialmente no agronegócio, um setor vital para a economia brasileira.
Durante a agenda empresarial em solo chinês, atividades foram programadas para facilitar a negociação de produtos agropecuários, com destaque para a criação de um escritório em Pequim que auxiliará na exportação de carnes do Brasil. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também esteve presente e trabalhou para finalizar acordos que visam a redução de burocracias para o registro de produtos biotecnológicos.
Esse encontro entre Lula e Xi Jinping é parte de uma série de esforços para expandir os laços entre os dois países, que já mostram resultados promissores. Além das expectativas comerciais, a colaboração política e a busca por soluções para conflitos internacionais também ficarão na pauta como prioridades nas sessões futuras.
O presidente Lula, junto com uma comitiva de cerca de 200 empresários e autoridades, continuou sua jornada buscando aprofundar e diversificar as relações do Brasil, não apenas com a China, mas com outros importantes atores no cenário global.