A contratação de Carlo Ancelotti como técnico da seleção brasileira, anunciada pela CBF nesta segunda-feira, foi aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma viagem oficial à China, Lula elogiou a competência do treinador italiano, mas destacou a dificuldade enfrentada pelo Brasil devido à atual entressafra de jogadores.
A expectativa em torno de Ancelotti
A escolha de Ancelotti, um dos mais renomados treinadores de futebol da atualidade, gera expectativas sobre a capacidade do técnico em levar a seleção brasileira a uma nova fase de sucesso. Lula, em suas declarações, reconheceu o talento de Ancelotti: “Ele é um grande técnico. Foi um bom jogador e um bom técnico. Mas o problema do Brasil, eu acho, é que nós estamos numa entressafra de jogadores”.
O presidente lembrou glórias passadas da seleção brasileira, mencionando a qualidade do ataque nas Copas de 2002 e 2006, comparando com a atual safra que, segundo ele, é “mais frágil”. “Se compararmos essa safra com 58, 62, 70, 82, 86, 2002 e 2006, essa safra é mais frágil”, disse Lula, evidenciando a falta de talento em comparação aos times históricos do Brasil.
Desafios estruturais e organizacionais na seleção
Além da entressafra de jogadores, Lula também apontou problemas estruturais e organizacionais que a seleção enfrenta atualmente. Ele enfatizou a necessidade de uma preparação mais consistente, afirmando que “é muito difícil ficar juntando jogador 15 dias antes do jogo, treinador dois dias, escalar o time e achar que vai ganhar, quando todo mundo se prepara muito”.
Apesar das críticas, Lula expressou esperança de que Ancelotti poderá classificar a seleção para a Copa do Mundo de 2026 e, quem sabe, vencê-la. Ele ainda demonstrou abertura para a presença de técnicos estrangeiros à frente da seleção, embora reconhecimento a qualidade de treinadores brasileiros também foi citada.
Proposta de convocação após o Campeonato Brasileiro
Um ponto interessante levantado pelo presidente foi uma sugestão à CBF sobre como convocar jogadores: “Gostaria de fazer uma experiência convocando os melhores jogadores que terminam o Campeonato Brasileiro. Terminou o Brasileiro, vamos fazer uma seleção dos 22 melhores jogadores para ver o que dá”. Esta proposta visa avaliar se a seleção poderia ter melhores resultados utilizando apenas jogadores que se destacaram em competições nacionais, ao invés de convocar atletas de diferentes ligas e contextos.
Assim, a expectativa em torno do novo treinador da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, é acompanhada de um olhar crítico sobre a qualidade dos jogadores atuais e a estrutura organizacional do futebol brasileiro. As declarações de Lula refletem uma busca constante pela excelência e renovação do esporte no país, ao mesmo tempo que reconhecem os desafios que precisam ser superados para voltar a brilhar em competições internacionais.
Em um momento onde as esperanças são reiniciadas com uma nova liderança técnica, o Brasil terá que lidar com os frutos de sua atual realidade futebolística, enquanto se prepara para a próxima Copa do Mundo.
