Brasil, 13 de maio de 2025
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Importadores dos EUA correm para fazer encomendas da China após trégua nas tarifas

Após redução nas tarifas de importação, empresas americanas aceleram encomendas de produtos chineses.

Uma nova esperança surge para os importadores nos Estados Unidos, após a redução temporária das tarifas sobre produtos chineses. No coração dessa movimentação está Jay Foreman, um executivo da Basic Fun, que atendeu ao despertador antes do sol nascer, animado com a notícia de que a tarifa sobre importações da China cairia de 145% para 30% por três meses. Essa mudança representa uma oportunidade significativa para as empresas americanas que, nas últimas semanas, tiveram suas operações afetadas pela guerra comercial entre os EUA e a China.

A pressa de desobstruir os estoques

Foreman imediatamente contatou seus fornecedores na China para liberar os brinquedos que estavam há semanas parados. “Estamos começando a movimentar tudo”, disse Foreman, que ressaltou a importância de alinhar a logística e garantir espaço nos navios rapidamente. Este tipo de urgência pode ser visto como um reflexo do clima de incerteza que permeia o setor de importações, onde as empresas lidam com a instabilidade das tarifas.

Com a redução temporária, muitos importadores estão aproveitando a chance de reabastecer seus estoques. Especialistas em logística afirmam que os ports dos EUA estão preparados para lidar com o fluxo adicional de mercadorias, mas destacam que o cenário atual ainda é delicado. “As políticas tarifárias instáveis criam uma disrupção constante no mercado”, explica Rico Luman, economista sênior do ING Research.

Acordo entre EUA e China

As negociações que resultaram na redução das tarifas aconteceram em Genebra, onde o governo Trump optou por diminuir a carga tributária sobre as importações da China após um período de intensas tensões comerciais. A China, por sua vez, também cortou suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. No entanto, esse acordo é temporário, e muitos importadores se questionam se devem agir agora ou esperar por uma possível redução ainda maior nas tarifas.

Durante os 90 dias de trégua, as empresas precisarão avaliar a capacidade de suas fábricas chinesas em atender à demanda crescente antes do final de julho, uma vez que as rotas de transporte costumam levar de duas a três semanas. Gene Seroka, diretor executivo do Porto de Los Angeles, acredita que o tempo de 90 dias pode não ser suficiente para uma grande onda de importações. “Noventa dias não é uma pista longa para quem trabalha no nosso setor”, disse ele.

Implicações para as empresas e consumidores

Embora a nova tarifa de 30% ainda seja alta em comparação com padrões históricos, muitos executivos consideram que é viável negociar os custos extras com fornecedores e varejistas. Foreman observou que os consumidores podem enfrentar um aumento de preços de cerca de 15% nos brinquedos. De acordo com dados recentes, pedidos de embarque de contêineres da China para os EUA caíram 45% em relação ao mesmo período do ano passado, o que indica que o impacto das tarifas de Trump tem sido substancial.

Além disso, as empresas de navegação também estão se preparando para reorganizar suas rotas devido à alta demanda e à necessidade de ajustar suas operações. Essa reestruturação pode elevar as tarifas de transporte marítimo em até 20% a curto prazo, o que preocupa os importadores que já enfrentam margens de lucro apertadas.

Conclusão: um futuro incerto

As mudanças recentes nas tarifas sobre importações da China trazem um sopro de esperança para as empresas americanas, mas a instabilidade ainda paira sobre o cenário. As decisões que os importadores tomarem nas próximas semanas poderão moldar a dinâmica do comércio nos Estados Unidos e afetar os preços para os consumidores. Resta saber se o acordo temporário levará a um entendimento mais duradouro ou se as tarifas voltarão a subir, exigindo uma nova adaptação por parte das empresas no futuro.

As próximas semanas serão cruciais, não apenas para os importadores, mas também para toda a cadeia de suprimentos, que continua a ser impactada pela incerteza do comércio internacional.

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