Brasil, 13 de maio de 2025
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Governo brasileiro anuncia leilão de baterias para o sistema elétrico

Iniciativa busca soluções para cortes de geração e possíveis apagões no setor elétrico brasileiro.

No Brasil, o governo está preparando um leilão inovador para o mês de outubro deste ano, com o intuito de contratar baterias que poderão integrar o sistema elétrico nacional. Essa iniciativa visa enfrentar os desafios impostos pela intermitência das fontes de energia renovável, principalmente a solar e a eólica, que enfrentam cortes de geração devido à falta de linhas de transmissão adequadas.

O leilão e suas implicações

A proposta do leilão é considerada essencial para evitar apagões e garantir uma geração de energia mais estável no país. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que esse esforço é uma resposta à crescente necessidade de soluções eficientes diante dos desafios no setor. Ele também esteve na China em abril, conversando com potenciais investidores interessados em participar do leilão, como as gigantes BYD e Huawei.

A dinâmica deste leilão será a mesma de outros já realizados, onde a empresa que oferecer o menor custo pelo serviço será a vencedora. Os valores, por sua vez, serão amortizados através das contas de energia dos consumidores. O ministro afirmou que não há limite de recursos disponíveis para as empresas interessadas em investir na tecnologia necessária.

Desafios e oportunidades no setor elétrico

Os sistemas de armazenamento de energia, como as baterias, surgem como uma solução viável para os constantes cortes de geração. Dados do Itaú BBA, com base em informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), indicam que, em dezembro do ano passado, as usinas solares e eólicas sofreram cortes de 17,8% e 9,8% em sua geração, respectivamente. Tais números ilustram a urgência de soluções que proporcionem mais estabilidade no fornecimento de energia elétrica no Brasil.

O diretor técnico da Huawei Digital Power Brasil, Roberto Valer, comentou sobre a importância do leilão na estratégia de longo prazo da empresa em alinhamento com a transição energética do Brasil. Embora o investimento específico ainda não esteja quantificado, Valer vê a iniciativa como uma oportunidade vital para acelerar a adoção de soluções de armazenamento.

Sistemas de armazenamento: stand-alone e híbridos

As discussões em torno dos tipos de projetos que poderão ser apresentados no leilão são cruciais. O setor deseja que o leilão contemple tanto sistemas de baterias stand-alone, que não estejam ligados a usinas de geração específicas, quanto sistemas híbridos, que possam ser conectados a usinas solares e eólicas. Essa diversidade é vista como uma forma de maximizar a eficiência no uso de energias renováveis e reduzir o desperdício de geração.

Buscando maior eficiência

A busca por maior eficiência energética se intensificou no Brasil após episódios de apagões, como o ocorrido em agosto de 2023, resultado de falhas em linhas de transmissão. Tais situações ressaltam a necessidade de um sistema elétrico mais robusto, que possa gerenciar melhor a geração e o armazenamento de energia. Com as baterias, é possível armazenar a energia excedente gerada em momentos de menor demanda, contribuindo assim para uma operação mais coordenada do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A inserção de tecnologias de armazenamento é uma das respostas estratégicas do governo para aumentar a flexibilidade do setor elétrico. Estima-se que o potencial de investimentos neste segmento pode acrescentar até 15 gigawatts (GW) ao sistema elétrico brasileiro. Além disso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê uma demanda crescente, estimando que será necessário empregar 38GW de sistemas de armazenamento até 2034.

O presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), Markus Vlasits, acredita que incidentes como o apagão de 2023 poderiam ter sido evitados se houvesse uma infraestrutura adequada para o armazenamento de eletricidade no Brasil. Ele destacou que as baterias seriam capazes de carregar a energia excedente, permitindo uma distribuição mais eficiente e segura.

Conforme o governo avança com o planejamento do leilão de baterias, espera-se que a iniciativa não apenas mitigue os desafios atuais, mas também promova um futuro mais sustentável e resiliente para o setor elétrico no Brasil.

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