Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849, enquanto a bolsa brasileira registrou um leve incremento de 0,04%, fechando aos 136.563 pontos, o maior nível em quase nove meses. A expectativa do mercado hoje, 13 de maio de 2025, é de que o dólar inicie o dia em baixa, influenciado pela recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que discute o futuro dos juros no Brasil e a recente trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China.
Impactos da política monetária no câmbio
O Banco Central, em seu comunicado divulgado nesta terça-feira, reafirmou que as recentes elevações da taxa Selic, agora fixada em 14,75% ao ano, visam moderar a inflação no Brasil. Essa estratégia, segundo o Copom, já está mostrando resultados significativos e deve impactar ainda mais o mercado de trabalho. O BC ressaltou que uma desaceleração do crescimento econômico é parte do seu plano para trazer a inflação de volta à meta estabelecida.
“O processo de elevação dos juros vai continuar fazendo parte da estratégia. Uma desaceleração faz parte do plano de controle da inflação,” afirmou o comunicado. Assim, o dólar abriu a R$ 5,6682, contabilizando uma queda de 0,29% às 9h02 de hoje.
Acordo EUA-China e suas repercussões nos mercados
Outro fator que tem gerado atenção significativa no mercado financeiro é o acordo recente entre Estados Unidos e China sobre tarifas. Durante o fim de semana, ambos os países concordaram em reduzir drasticamente as taxas sobre produtos importados, uma decisão que pode alavancar o comércio internacional e mitigar riscos de recessão global. As tarifas dos EUA sobre produtos chineses reduzidas de 145% para 30% e as tarifas da China sobre produtos americanos diminuídas de 125% para 10% foram vistas como um alívio para os investidores.
Essa redução nas tarifas resultou em um fortalecimento do dólar em relação a várias outras moedas. O aumento nas bolsas de valores de ambos os países ilustra a reação positiva do mercado à notícia — as ações chinesas e os índices da bolsa de Nova York dispararam, refletindo um ambiente econômico mais favorável.
Desempenho do Ibovespa e expectativas futuras
Com o novo ambiente no mercado, o Ibovespa chegou a 136.563 pontos, acumulando uma alta de 0,04% na semana e de 1,11% no mês. Além disso, o índice já contabiliza um impressionante ganho de 13,53% no ano. Esse desempenho é atribuído não apenas à trégua tarifária, mas também ao clima otimista gerado por acordos comerciais recentes, como o que ocorreu entre os EUA e Reino Unido, que também promoveu um alívio das tensões comerciais.
Nesse contexto, analistas ressaltam a importância de monitorar a evolução das tarifas e a resposta do mercado. “A eficácia da trégua tarifária pode impactar significativamente a cadeia de suprimentos e o poder de consumo, fundamentais para a sustentabilidade do crescimento econômico global,” comentou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Outros fatores que afetam o mercado
Além do acordo entre Estados Unidos e China, o cenário internacional também apresenta novidades. O cessar-fogo entre Índia e Paquistão, após recentes tensões militares, acena para uma possível estabilidade na região sul-asiática, o que também é bem-visto pelos investidores que buscam um cenário mais seguro no geopolítico.
A combinação desses elementos – a política monetária do Brasil, os acordos internacionais e os desdobramentos geopolíticos – continua a moldar as expectativas do mercado. O dólar e a bolsa brasileira estão em constante observação, especialmente em um momento onde acordos comerciais tendem a influenciar não apenas as economias locais, mas também a dinâmica econômica global.
Com os investidores atentos a qualquer nova informação, as próximas semanas prometem ser decisivas para o comportamento das taxas de câmbio e dos índices de ações. Fica claro que os desdobramentos econômicos e políticos exigem um acompanhamento contínuo, pois suas repercussões podem ser sentidas em múltiplas camadas da economia.